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sábado, 26 de junho de 2021

ITABUNA CENTENÁRIA UM SONETO: A Canção Acabou - Luiz Gonzaga Dias

 



                           A Canção Acabou

 

A canção acabou! Porém, a melodia

Anda bailando, ainda flutua no ar,

Como a nave que naufragou um dia,

Cujos destroços vogam pelo mar.

 

A canção terminou! Resta a harmonia,

Como saudade terna a soluçar,

Nas dobras da ilusão, o que tangia,

Os acordes finais do verbo amar.

 

Assemelhou-se a um dueto interrompido,

Cujas notas ficaram em resumo,

De quando em vez ressoando em meu ouvido.

 

Para que repeti-la? Esquece pois...

Já se extinguiu como um pouco de fumo.

 - A canção acabou para nós dois!


 

(IMAGENS MUTILADAS)

Luiz Gonzaga Dias

 


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Em lugar de Prefácio

 

          Como um derivativo à luta diária, neste século agitado, nesta época de progresso vertiginoso, aqui estão alguns versos reunidos neste volume, poesias na sua maior parte, dispersas nas publicações brasileiras.

            Sentencia o Evangelho, que nem só de pão vive o homem, sendo, portanto, estes versos, assim como um oásis, no deserto febril da civilização, da política, da atividade multifária dos seres, na era do avião a jato, dos inventos nucleares e do perene choque de interesse dos homens.

            Um momento de arte e descanso, não faz mal ao corpo ou ao espírito exausto.

            Se o leitor não acha que ler poesia é perder tempo, leia um pouco estes versos.

            Ao contrário, desculpe, e passe adiante.

            De qualquer modo, queira aceitar os agradecimentos do autor.

 

                                                                                  São Felix, Estado da Bahia, Julho de 1962.

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