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domingo, 9 de abril de 2017

“A ERA OBAMA EM POLÍTICA EXTERNA ACABOU”, DIZ JOHN BOLTON

8 de abril de 2017


John Bolton, que foi embaixador americano na ONU, disse nesta sexta que os ataques de mísseis autorizados pelo presidente Donald Trump marcaram o fim da era Obama na política externa dos Estados Unidos:

Ele explicou melhor o que quis dizer na Fox and Friends.
Para Bolton, é ridículo esperar alguma reação que não a de repúdio por parte da Rússia, cujo governo é o maior aliado de Assad. Também é questionar se o presidente americano tinha ou não o direito constitucional para agir. A Síria era membro da Chemical Weapons Convention, e sempre que algum país descumpre o tratado designado para a prevenção do aumento de armas de destruição em massa, a segurança nacional dos americanos é diretamente afetada.

“O presidente tem plena autoridade constitucional sob a cláusula do comandante-em-chefe para agir”, afirmou Bolton. O que ele fez. “Ele fez um ataque bem limitado e preciso por um motivo bem limitado e preciso. Eu acho que foi a coisa certa a fazer, e eu acho que ontem à noite a era Obama na política externa americana terminou”, concluiu.

Bolton também disse a Sean Hannity que a Rússia deve estar muito constrangida com o que fez Assad, não por questões humanitárias, mas porque eles sabem que agora têm um problema. O principal interesse da Rússia em proteger Assad é garantir suas bases navais em Tartus e Latakia, e por isso Putin deve apoiar Assad pelo tempo que for necessário. Só aceitaria substituí-lo por alguém que permitisse a permanência russa nesses locais.

A Rússia, claro, foi a voz mais estridente a condenar os ataques, que chamou de “violação da lei internacional”. Mas a atitude de Trump encontrou suporte em vários países ocidentais. Se o próprio Obama tinha ameaçado agir em caso de armas químicas, que os democratas alegaram não mais existir no país após o então presidente “persuadir” o governo a abandoná-las, então só havia uma coisa a ser feita para a América não perder sua credibilidade: atacar.

Eis o que mudou então de Obama para Trump: agora o Ocidente tem um líder disposto a agir, a colocar suas ações onde estão suas palavras, a defender os valores básicos que sustentam nossa civilização, a enfrentar os inimigos da liberdade. Faltava a Obama clareza moral e coragem, atributos que não faltam em Trump. A era Obama chegou ao fim, ou seja, a era da retórica romântica e das ameaças vazias, que colaboraram para o avanço dos piores regimes mundo afora.

Sobre a reação de muitos, não seria diferente. Sempre haverá aqueles dispostos a condenar qualquer ação militar americana, especialmente sob um governante republicano. Mas a imensa maioria deles é movida por um antiamericanismo infantil, e não quer fazer análise de verdade. Thiago Kistenmacher resumiu bem a postura enviesada dessa turma:

Quando é o Trump: “Presidente milionário ataca covardemente a Síria a fim de manter o imperialismo estadunidense e favorecer a indústria do petróleo.” Se fosse o Obama: “Primeiro presidente negro dos EUA se solidariza com o sofrimento do povo sírio e, a fim de promover a paz mundial, ataca o país em retaliação às atrocidades cometidas pelo ditador Bashar al-Assad.”

Esses “analistas”, inclusive vários que são convidados para entrevistas em nossos canais de televisão, devem ter concluído seus estudos na Faculdade Facebook, e ostentam esse incrível diploma:
Felizmente ainda há quem queira fazer análise séria, refletir, ler muito material de verdadeiros especialistas, para finalmente chegar a uma conclusão embasada. Nem todos são obrigados a concordar que a resposta de Trump foi a melhor, claro. Mas daí a ficar “horrorizado” com o “irresponsável” e “cruel” presidente americano, sem dizer uma só palavra sobre Assad, as armas químicas que não deveriam mais existir na Síria e Putin, vai uma longa distância, que separa as pessoas decentes dos antiamericanos bobocas.

Rodrigo Constantino




Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.

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