"Mergulhando" na História de Itabuna
No começo do século XIX teve início a abertura de uma estrada ligando a Vila de São Jorge dos Ilhéus à Vila Imperial de Vitoria da Coquista. A região era formada por densa mata e seguir viajando era muito perigoso, particularmente devido ao constante ataque dos índios - inconformados com a presença branca em suas terras.
Em 1815, por ordem do então governador da província da
Bahia, o Conde dos Arcos, formou-se um aldeamento à margem do rio Cachoeira com
índios que viviam próximos ao rio Almada e que atemorizavam os viajantes.
Formou-se, assim, um pequeno vilarejo com aproximadamente 60 pessoas,
denominado Vila de Ferradas. Nesta vila, os Padres capuchinhos desenvolveram o
trabalho de catequizar os índios, destacando-se o Frei Ludovico de Livorno, o
qual, durante 30 anos, promoveu no lugar seu trabalho de evangelização (Jornal
Agora, Edição Especial, 28 de Julho de 2001).
Ferradas tornou-se logo um ponto de pouso para os tropeiros
que passavam em direção ao Planalto da Conquista, ali também aproveitavam para
trocar as ferraduras de seus animais, desgastadas pela estrada lamacenta, um
dos motivos que teria dado o nome à Vila de Ferradas. Outra versão para o nome
da Vila dá conta de que os Padres Jesuítas, para demarcarem o território que
utilizavam, marcavam com ferro em forma de cruz várias árvores, ficando, assim,
Vila das Árvores Ferradas (Jornal Agora, Edição Especial, 28 de Julho de
2001).
Certo é que logo Ferradas se tornou um lugar para negociar e
comercializar produtos, a Vila chegou a receber personalidades ilustres como o
Príncipe Maximiliano Alexandre Felipe de Wied Newwied (1816) e os
brasilianistas Von Spix e Von Martius (1817).
Atraído pela fama da terra fértil, chega à região Félix Severino de Oliveira vindo da Chapada dos Índios - Se. Em 1857, tendo a companhia de Manoel Constantino, o sergipano Félix Severino do Amor Divino ( como ficou conhecido) rumou mata a dentro em busca de terras muito boas para o plantio, como lhe dissera existir o companheiro. Seguiram margeando o rio Cachoeira até uma área 30 quilômetros mata a dentro, onde resolveram fazer uma taboca (roça). A esse local deram o nome de Marimbeta e ali ergueram a primeira casa da futura cidade de Itabuna, uma cabana na verdade.
Foi neste local, denominado Marimbeta, que Severino e
Constantino trabalharam abrindo a mata, plantando milho, mandioca,
cana-de-açúcar e cacau. Vendo a prosperidade do lugar, Felix Severino do Amor
Divino manda vir de Sergipe parentes e amigos seus a fim de suprirem a carência
de mão-de-obra e também prosperarem: era o ano de 1867. Dentre os parentes que
chegaram , veio um sobrinho chamado José Firmino Alves (então com 14 anos) que
mais tarde seria considerado fundador da cidade de Itabuna.
É preciso, contudo, ressaltar que foi grandemente
significativa a presença dos sergipanos para o surgimento da cidade, mas também
foi marcante a dos sírio-libaneses e daqueles vindos de Feira de Santana
(Andrade, 1986,p. 122).
Fonte de Pesquisa: Cadernos do CEDOC - Publicação do Centro
de Documentação e Memória Regional da UESC. Editora da UESC.
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário