24/06/2018
A militância insana causa miopia, cegueira, absoluta
insensatez e é capaz de destruir uma amizade sólida.
Pela adoração a um partido político, que se transformou em
uma organização criminosa, e a um ex-presidente, que praticou um saque
bilionário contra a nação, o sujeito prefere colocar uma pedra na amizade
sólida com um ex-colega na docência universitária e um de seus melhores amigos,
que como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) não adotou uma posição
parcial em favor do criminoso adorado.
Wilson Ramos Filho, advogado e ex-professor da Universidade
Federal do Paraná, a quem Fachin e as pessoas mais próximas tratavam como
‘Xixo’, chegou a descrever como era sua amizade com o ministro:
"Entramos juntos na faculdade, em 1976. Fizemos política
estudantil, perdendo todas as eleições. Rimos e choramos variadas vezes. Na
vida é assim. Celebramos o nascimento de sua filha bem antes da nossa
formatura.
Meu amigo, inteligência vivaz, sempre tinha uma tirada, um
sujeito de espírito. Nunca nos afastamos. Ele foi ser advogado público,
lecionava Civil. Eu, advogado trabalhista.
Tivemos muitas causas em comum, defendendo coletivos
vulneráveis.
Por culpa dele, grande incentivador, voltei para a vida
acadêmica sem abandonar as lutas sociais. Devo-lhe isso. Um grande sujeito.
(...)
Fizemos viagens juntos, pelo Brasil, ao México, à Europa.
Algumas vezes em casais, outras só os meninos, oportunidades em que esticávamos
a prosa no bar dos hotéis. Eu adorava a sagacidade dele. Era um sujeito
adorável sob vários aspectos".
Pois bem, esse mesmo ‘Xixo’, que descreveu acima a amizade
com Edson Fachin, após a decisão do ministro de não permitir que o recurso do
meliante petista seja julgado na próxima terça-feira (26), disparou o seguinte
no twitter:
“O princípio da 'colegialidade’ só vale contra a gente. O
VERME impede que seus pares apreciem a matéria.”
Noutras palavras, o outrora grande amigo, em nome da paixão
ideológica, não respeita a atuação do ministro, a ponto de colocar um ponto
final na amizade, ao decretar nas redes sociais:
“Meu amigo morreu.”
Por adoração ao maior ladrão da história, descrito pelo
Ministério Público Federal como o ‘Comandante Máximo’ de uma Organização
Criminosa, o cidadão destrói de maneira irrevogável uma amizade sólida.
Fica o questionamento: Quem foi o mau amigo? Quem é o
mau-caráter?
Articulista e repórter
amanda@jornaldacidadeonline.com.br
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