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segunda-feira, 26 de março de 2018

DOM CESLAU STANULA - IV e V Conferência-Geral


15/03/2018
IV Conferência Geral

Em 12 de outubro de 1992, dia em que se abriu a IV Conferência-Geral, na Igreja da América Latina iniciara-se a celebração dos 500 anos da chegada dos europeus e com eles a primeira evangelização.

O documento de Santo Domingo até último momento dos trabalhos ficou indeciso e confuso. Dizem que quase na véspera de encerramento da Conferência, Dom Luciano Mendes de Almeida, naquela época Arcebispo de Mariana, passou a noite inteira trabalhando e de manhã apresentou o projeto da conclusão dos trabalhos, dizendo que não vamos indicar prioridades, porque estes são muitos, e priorizando muitos, não priorizamos nada. Sugeriu então que o Documento saísse indicando LINHAS PASTORAIS.  Esta sugestão agradou a todos e assim saiu o documento. Indicou três principais linhas pastorais:

1. Uma nova evangelização

2. Promoção integral dos povos

3. A Evangelização inculturada.

Assim na  IV Conferência-Geral, deu-se um passo decisivo rumo à inculturação, a um evangelho inculturado, em nossas Igrejas.

Nesta apresentação das quatro Conferencias servi-me do trabalho realizado pelo participante daquela Conferência, o Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, já falecido, arcebispo emérito de Aparecida.

Com a benção e oração. Boa e repousante noite de paz.
Dom Ceslau

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V Conferência Latino Americana e Caribenha
16/03/2018

Estando em Aparecida, Santuário nacional, visitando os monumentos lá existentes, nos deparamos entre a saída do Santuário e a entrada a residência dos missionários redentoristas, com uma enorme pedra de granito, pontiaguda, de aproximadamente 10 m de altura, só de um lado a metade polida. É o monumento comemorativo da V Conferência Latino Americana e Caribenha.

A Conferência de Aparecida, foi inaugurada pelo Papa Bento XVI no dia 13 de maio e encerrada no dia 31 de maio de 2007. O tema foi: “ Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida”, inspirado na passagem do Evangelho de João que narra “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).

A Conferência foi convocada pelo Papa João Paulo II e confirmada pelo Papa Bento XVI. Foi organizada pelo Conselho Episcopal Latino-Americano, sob a orientação da Pontifícia Comissão para a América Latina. É o mais recente evento eclesial que nos trouxe a riqueza de orientações pastorais e material de reflexão à luz da fé sobre a Igreja na América Latina e Caribe. (Continuará).

Com o abraço fraterno e a benção com a oração. Uma repousante noite.
Dom Ceslau.

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17/03/2018

O Papa Bento XVI na homilia de abertura da Conferencia disse:

 “Esta V Conferência Geral celebra-se em continuidade as outras quatro que a precederam (...) . Com o mesmo espírito que as animou, os pastores querem dar novo impulso à evangelização, a fim de que estes povos sigam crescendo e amadurecendo em sua fé, para serem luz do mundo e testemunhas de Jesus Cristo com a própria vida”.

E os bispos constataram, que desde a última conferência em Santo Domingo muito mudou na sociedade. E a Igreja que participa das alegrias e esperanças de seus filhos, quer caminhar ao seu lado neste período de tantos desafios para infundir-lhes sempre esperança e consolo. (AP 16).

 Acho que nestas palavras poderíamos resumir o objetivo principal da Conferência nesta nossa realidade da mudança da época. Novo impulso da evangelização e estar ao lado do povo. Pensemos nisto. (continua).

Com a minha benção e oração. Um boa noite.
Dom Ceslau

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Cultura e inculturação na América latina
19/03/2018

Antes de apresentar em linhas gerais a herança de Aparecida, chamo a atenção a afirmação que o Papa Bento XVI, fez na abertura da Conferência sobre a cultura e enculturação na América Latina.

O Papa refletiu sobre o que foi o encontro das duas culturas: pré-colombiana e cristão. Será que foi um choque, ou a imposição? “Mas, que significou a aceitação da fé cristã para os  povos da América Latina e o Caribe?

Para eles, significou conhecer e acolher Cristo, o Deus desconhecido que seus antepassados sem saber, buscaram em suas ricas tradições religiosas. Recebendo também o Espírito Santo para fecundar suas culturas, purificando-as desenvolvendo os números germes e sementes que o Verbo encarnado (Jesus Cristo) que havia posto neles, orientando-as assim pelos caminhos do Evangelho.

O anuncio de Jesus e seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, uma alienação das culturas pré-colombianas, nem foi uma imposição de uma cultura estranha. 

E continua dizendo o Papa: As autenticas culturas não são fechadas em si mesmas nem petrificadas num determinado ponto da história. Estão abertas, buscam o encontro com as outras culturas, pelo diálogo com outras formas de vida no respeito sempre a diversidades das expressões e de sua realização concreta. Em última instância só a verdade unifica e sua prova é o amor. Mais ou menos nestes termos falou o Papa sobre o encontro das duas culturas.

Um abraço e a benção a todos com a humilde oração.
Dom Ceslau.

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20/03/2018

O Documento de Aparecida está dividido em três grandes partes:
1ª A vida dos nossos povos;
2ª A Vida de Jesus Cristo nos discípulos missionários;
3ª A vida de Jesus Cristo para nossos povos.

Na primeira parte se considera, brevemente, a pessoa que olha a realidade e que louva a Deus por todos os dons recebidos, em especial, pela graça, a fé que o fez seguidor de Jesus e pela alegria de participar da missão eclesial. Analisam-se vários processos históricos complexos e em curso nos níveis sócio-cultural, econômico, sócio-político, étnico e ecológico, e se discernem grandes desafios como a globalização, a injustiça estrutural, a crise na transmissão da fé e outros. Nesse contexto, considera a difícil situação de nossa Igreja nesta hora de desafios, fazendo um balanço de sinais positivos e negativos. (continua).

Com uma benção e oração nesta última semana de quaresma. Um boa noite.
Dom Ceslau.
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21/03/18

A segunda parte, a partir do olhar sobre a realidade da América Latina e o Caribe, entra na essência do tema: A vida de Jesus Cristo nos discípulos missionários. Indica a beleza da fé em Jesus Cristo como fonte de vida para os homens e as mulheres que se unem a Ele e percorrem o caminho do discipulado missionário.

Aqui são tratadas, dimensões relativas aos cristãos como discípulos missionários de Jesus Cristo. A alegria de ser chamado para anunciar o evangelho e suas repercussões na pessoa e na sociedade. (cap. 3); a vocação à santidade que recebemos ao ser configurados com Cristo (cap.4); a comunhão de todo o Povo de Deus e de todos no Povo de Deus, na perspectiva de discípulo e missionário. 

Os distintos membros da Igreja com suas vocações específicas, e o diálogo ecumênico, o vínculo com o judaísmo e o diálogo inter-religioso (cap. 5); No fim, se aborda o caminho dos discípulos missionários, a sua riqueza espiritual na piedade popular católica, uma espiritualidade trinitária, cristocêntrica e Mariana de estilo comunitário e missionário (cap. 6) Aqui se encontra uma das novidades do documento: revitalizar a vida dos batizados para que permaneçam e caminhem no seguimento de Jesus. (continua).

Uma serena noite. Deus te abençoe. Com a minha oração.
Dom Ceslau
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22/03/18

 A terceira parte entra plenamente na missão atual da Igreja Latino-americana e Caribenha. Nesta parte se considera as principais ações pastorais com um dinamismo missionário. Vemos a grande opção da Conferência: converter a Igreja em uma comunidade mais missionária. Com este fim, se fomenta a conversão pastoral e a renovação missionária das Igrejas Particulares, das comunidades eclesiais e dos organismos pastorais. Aqui se incentiva uma missão continental que teria por agentes as dioceses e os episcopados.

Procura-se priorizar algumas áreas a serem evangelizadas; se reconhece novos rostos dos pobres: os desempregados, migrantes, abandonados, enfermos e outros. “A nossa fé proclama que Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem” (Papa J.P. II) Por isso a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com a sua pobreza. (Bento XVI). Esta opção nasce da nossa fé em Jesus Cristo, o Deus feito homem, que se fez o nosso irmão.  Opção, no entanto, não exclusiva, nem excludente” (Ap 392). (Continua).

Com a benção e oração.
Dom Ceslau.

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23/03/2018
Família

Sob o título Família, se promove uma cultura do amor no matrimônio e na família, e uma cultura do respeito à vida na sociedade; ao mesmo tempo, deseja-se acompanhar pastoralmente as pessoas em suas diferentes condições: crianças, jovens, idosos, mulheres e homens, e se fomenta o cuidado com o meio ambiente como casa comum (cap. 9).

No último capítulo, fala da evangelização da cultura e a evangelização inculturada. Aponta os desafios pastorais na educação e na comunicação, nos novos areópagos e centros de decisão, na pastoral das grandes cidades e a presença dos cristãos na vida pública.

O Documento quer renovar em todos os membros da Igreja, convocados a ser discípulos missionários de Cristo, “ a doce e confortadora alegria de evangelizar” ( EN 80).

Com as palavras dos discípulos de Emaús e com a oração do Papa em seu discurso inaugural, o Documento conclui com uma prece dirigida a Jesus Cristo: ‘Fica conosco porque é tarde e o dia declina’ (Lc 24,29).

De todo o documento emana o novo espirito que envolve a Igreja da América Latina e Caribe, que é: A EVANGELIZAÇÃO.

Eis a riqueza do Documento, aqui apresentado só como o “tira gosto”, para animar-nos ao estudo, porque é o Documento de Magistério da Igreja.

Com a benção e oração. Tenhamos uma Santa Semana Santa.
Dom Ceslau.
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Dom Ceslau Stanula – Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL


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