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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

UMA CADELA DA PESADA! - Maria do Carmo Machado

Uma cadela da pesada! 


O meu nome é Mona.
Falando a verdade, esse nome diminuiu quando eu cheguei por aqui, na casa da minha vó. Ela diminuiu meu nome pra não magoar Tany, minha tia, que tem uma grande amiga que se chama igual a mim. Eu nem liguei, logo me acostumei com este meu apelido.

Quando cheguei por aqui, eu já tinha um aninho, se é que algo em mim pode terminar em inho, pois já cheguei grandalhona, bem doidinha, ou melhor, bem doidona. -É assim que vó do Carmo me chama o tempo todo.

-Essa cadela é doida, doida!

Mas eu não faço nadinha que mereça este nome. Ela quer me estranhar, faço tudo nos conformes, igual a todo cachorro que tem o meu DNA.

Rasgo roupas, como as pás de lixo, (se forem plásticas, é claro), destruo toda sandália que deixam aqui , acolá, não conto quantas toalhas eu já deixei miudinhas , em pedaços, e depois que rasgo tudo, vou pra porta da entrada para exibir o meu feito. Balanço o rabo, e quero ouvir o elogio do meu feito, mesmo que isso represente uma boa carreira que eu venha logo tomar au... au... au!

Adoro correr picula com elas atrás de mim, - me dá, Mona, volte já, Mas eu não estou nem aí!
Fazer o quê? Dá vontade, não resisto, só pego para brincar.

Só aviso uma coisa : não sou culpada se deixam as coisas à toa, onde posso alcançar. Elas são os meus brinquedos para meus olhos. Se não querem que eu pegue, botem bem longe de mim.

Já comi bolsa, plantinhas, que enfeitavam a varanda, destruí o celular da minha vó distraída, que o esqueceu bem pertinho de onde eu ia passar - não vão dizer que ela está ficando gagá, não vou gostar disto. Mas eu fui até boazinha, pois não engoli o chip que ela pode aproveitar num celular bem novinho, até melhor do que o outro, vejam lá!

Um dia, aprontei uma, que quase matei a velha, coitadinha! Briguei com minha irmã, emprestada, é claro, pois ela é vira-lata, não tem o meu pedigree. Veio toda de valente, pulando em cima de mim, latindo feito uma doida, ah, eu não contei conversa, dei-lhe um chega pra lá. Minha vó, ficou doidinha, quase morreu , a coitada!

Gritava, gritava, mas nem eu nem a tal da dona Kita, é assim que ela se chama, demos ouvido a vovó. E só paramos, quando em todo desespero, do Carmo, a muito custo, conseguiu nos separar. Eu, fiquei solta, a outra foi pra prisão. Au au au! Foi um pega pra capar. Mas quem ganhou?

Bem, a Kita, ficou 10 dias recolhida , no quarto da Tia Taise, se apossou da cama dela, até poder se tratar, da mordida que eu dei nela, Foi um custo pra sarar.

Foi sem querer, não me condenem, foi no afã do barraco, que começou sem querer, pois a distraída vovó, nos soltou juntas , que horror!

Depois dessa, a coisa quase pegou pro meu lado.

Vovó do Carmo afirmou: - Não posso ficar com essa cadela doida. Ela quase me matou! Vive destruindo tudo, só falta engolir minha mão, a qualquer hora ela vai me derrubar e eu, não posso cair. Já estou com os ossos fracos, ora ora. Vamos procurar alguém para ela se mudar.

Poxa, fiquei desolada. Eu gosto tanto , tanto daqui!

Mas a tia Taise, tomou logo a defesa e disse: Vamos a Mona treinar para ela se educar!

Que alívio!

Estou ficando por aqui, continuo aprontando, mas uma coisa percebi: Vovó, Taise, a vizinha, meus amiguinhos, Joshua e Asafe, o tio Beto, tia Tany, todos são doidos por mim.

E eu continuo A Mona, A boa do pedaço!

* * *

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