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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

RIO MUDO - Oscar Benício Dos Santos

Rio mudo

Para Eglê Machado 
-Mãe D'agua do Cachoeira

Velho Cachoeira, hoje, rio mudo.

Perdeu o seu sonoro cascatear
sobre pedras que o faziam tonar,
numa mistura de tons grave e agudo.
Agora, assombroso rio surdo-mudo,

não ouve das lavadeiras o cantar,
nem da criançada o som do mergulhar.
Será que ainda enxerga, velho sisudo?
Ou cerra os olhos intencionalmente

para não ver o hipócrita que mente,
– que se diz protetor da natureza –,
mas que, na calada da fria noite,
lança ao rio seu lixo, que, qual açoite,
flagela as águas com sua impureza.


Bahia, Salvador

Oscar Benício Dos Santos


* * *

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