Postado em 08 Mar 2016
por : Marcos Sacramento
Hoje muitos de nós homens prestaremos homenagens pelo Dia
Internacional da Mulher. Iremos compartilhar imagens ou gifs no Facebook,
postaremos letras de músicas e mandaremos mensagens às amigas, familiares e
parceiras. Alguns levarão flores para a firma ou um bolo de chocolate para o
lanche da tarde.
Porém, a melhor reverência que um homem pode prestar às
mulheres é admitir o próprio machismo e tomar atitudes para desconstruí-lo.
Não, caro amigo, não adianta argumentar que você não é
machista. Todos somos, de alguma forma. O que muda é a intensidade do
preconceito.
A notícia boa é que com algum esforço podemos melhorar. Para
isso, precisamos entender e aceitar que a cantada de rua não é elogio. Uma
pesquisa revelou que 83% das mulheres não gostam delas e sentem medo quando
ouvem palavras de assédio disfarçadas de galanteios.
Para desconstruir o machismo, é preciso que os homens
entendam que nenhuma mulher é morta ou estuprada por causa da roupa que veste.
Pensar assim é culpar a vítima, diminuindo, de certa forma, a responsabilidade
do agressor frente à esta prática horrenda.
Da mesma forma, precisamos aceitar que as turistas
argentinas Marina Menegazzo e María José Coni, assassinadas no mês passado no
Equador, não morreram por viajarem sozinhas, e sim porque as mentes perversas
de alguns de nós, combinadas com o machismo que carregamos desde a infância,
fazem das mulheres alvo da violência.
Não adianta dar flores e distribuir abraços carinhosos no
dia 08 de Março se torcemos o nariz para o direito à mulher abortar. De
que vale postar poeminhas em homenagem às mulheres se acharmos normal um homem
ter um filho e limitar sua responsabilidade na criação da criança ao pagamento
da pensão alimentícia?
Só no Brasil, a cada uma hora e meia uma mulher é morta por
um homem. É um número absurdo. Por mais que as feministas façam campanhas,
protestos, escrevam artigos e eduquem outras mulheres, esse índice não cairá se
os homens não mudarem suas atitudes e ideias em relação ao sexo feminino.
A chave para essa mudança é buscar a desconstrução dos
conceitos machistas que carregamos e se informar sobre as demandas feministas.
Dá para fazer isso pesquisando na internet ou mesmo conversando com uma amiga
ou colega de trabalho.
Começar a destruir o nosso machismo hoje, no Dia Internacional
da Mulher, não rende curtidas como as postagens fofas no Facebook. Mas no
futuro pode dar bons resultados.
Sobre o Autor
Marcos Sacramento, capixaba de Vitória, é jornalista.
Goleiro mediano no tempo da faculdade, só piorou desde então. Orgulha-se de não
saber bater pandeiro nem palmas para programas de TV ruins.
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário