Eu e a Praça
Das recordações da infância,
sobrou aquela praça,
banhada ao sol, chovendo pirraça.
Eu-menina corria alegre, descalça.
(A PRAÇA - reduto do tempo!)
Lá, eu brincava desgrenhada,
cabelos ao vento.
No regaço da euforia,
a todos lançava arrelia.
A PRAÇA foi mãe e amiga,
me ensinou coragem e alegria.
No jogo da vida - eu perdia, eu ganhava.
No anoitecer da praça - eu chorava, eu sorria.
Colhi flores soberanas
no encalço da única esperança,
na firmeza da louca inocência
e no acato da mais pura infância.
EU e a PRAÇA.
Nas manhãs ensolaradas - eu brincava,
nas frias tardes vazias - um romance desfolhava.
A PRAÇA me viu amadurecer vadia,
ensimesmando temas, fazendo poesia.
Foi testemunha do primeiro beijo
que fez da criança - mulher, um dia.
Pérola Bensabath
* * *
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