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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

DITADORES ODEIAM POESIA - Por Geraldo Maia


Ditadores odeiam poesia


Semana passada falei “en passant” no poeta Andaluz, Federico Garcia Lorca, autor, entre muitos, do verso “Verde que te quero verde. Verde vento. Verdes ramas”, e que morreu aos 38 anos fuzilado em 19 de agosto de 1936 pelos fanáticos militantes da ditadura do general Franco.

Pois é, os fanáticos, de direita, esquerda e de centro adoram fuzilar poetas, odeiam a poesia, odeiam livros, a não ser as suas fanáticas 'cartilhas' com as quais pretendem impor suas visões de mundo obsoletas, odiosas, e com o único objetivo de angariar muito poder financeiro, de mando e dominação. Livros são queimados e proibidos nas ditaduras, sejam socialistas ou capitalistas.

Garcia Lorca foi fuzilado porque era poeta e amava a liberdade, palavra insuportável para os ditadores socialistas e capitalistas.

O poeta encontrava-se sob os dois fogos da intolerância, a fascista e a socialista.

Nas eleições realizadas na Espanha um ano depois do golpe que derrubou a monarquia e instalou a república em 1931, os partidos de esquerda (Frente Popular) saem vitoriosos, mas as agremiações de direita recusam-se a aceitar a derrota, e arquitetam um golpe de estado.

Algumas regiões da Espanha recusam-se a capitular aos golpistas, especialmente as grandes cidades e centros industriais, e a Espanha entra em guerra civil.

Nesse momento o general Franco, desde as Ilhas Canárias, lança uma ofensiva contra a Frente Popular.

Das Canárias, Franco avança pelo Marrocos, chegando até o território espanhol.

Muito de seu sucesso é devido ao apoio da Itália Fascista e da Alemanha Nazista, que aproveitam para experimentar muitos de seus novos armamentos nos rebeldes da Frente Popular.

Internamente, Franco dispunha de apoio da Igreja católica, fator determinante de orientação do povo, além do apoio de boa parte da classe militar. Os rebeldes de esquerda receberão voluntários de todas as partes do mundo, as Brigadas Internacionais.

Em janeiro de 1938, Franco une os partidos de direita, tornando-se chefe de estado e de governo, instalando um regime ditatorial marcado pela repressão, tortura e fuzilamentos. Entre os fuzilados está o poeta Federico Garcia Lorca considerado também o maior dramaturgo espanhol.

Mas por que esse ódio todo dos ditadores contra os poetas e a poesia?

Na ex-união soviética vários poetas foram massacrados, a exemplo de Vladimir Maiakovsky, que foi 'suicidado'.

Em Cuba, centenas de poetas foram parar no paredão que Che Guevara tanto amava já que era um fanático defensor do fuzilamento de pessoas que questionassem o socialismo cubano e de outros países.

Aqui no Brasil vários poetas foram presos e torturados, alguns fuzilados, durante a ditadura militar.

Poetas, escritores, jornalistas, todo aquele que pensa, sente e faz por conta própria cai em desgraça diante dos fanáticos de direita e de esquerda.

Em VINHEDO temos o absurdo de uma jornalista processar dois jornalistas só porque não gostou do que eles escreveram e publicaram.

Vereadores processam de forma perversa jornalistas, jornais e populares só porque não tiveram suas ideias contempladas e denúncias contra os mesmos foram recebidas e publicadas.

Mas por que mesmo essa violência toda contra os que trabalham com a palavra, com ideias, com cultura, com literatura, com poesia?

Por que esse medo todo do poeta, da poesia, do artista, a ponto de eliminá-los, a não ser que se submetam aos seus ditames, o que é também uma forma de assassinato, mata a pessoa, mas a deixa viva, como zumbi alienado, lobotomizado, para servir de exemplo.

Então o que é mesmo a poesia? Digamos que a poesia é a linguagem Divina, em um mundo dominado quase que totalmente pelo poder satânico.

E satanás, em sua luta constante e inglória contra Cristo não dá trégua para nada que possa traduzir a palavra de Deus, do Bem, do Amor, do Perdão, da Humildade, da PAZ, para as pessoas.

Por isso, em determinados momentos é preciso se ficar em silêncio e deixar que só a poesia fale e que tudo o mais a escute porque quando o poeta recita Deus está se expressando, o poeta é o canal de expressão e a poesia é o enigma da Divindade em cada um de nós.

O poeta então é um instrumento de Deus e a poesia o Seu mistério.

A todo instante a poesia traz uma mensagem da Divindade em cada lugar, em cada montanha, mar, em cada rio, em cada sombra, luar, em cada frio, em cada sol, folha, pedra, grão, em cada pássaro, pedra, em cada verme, no pão, no lixo, no risco, no corisco, no silêncio, grito, sussurro, canto, a poesia está no riso e no amor, no frio e no calor, no louvor e na oração, a poesia é a palavra de Deus aos homens e mulheres, com o fio da poesia Deus trama o silêncio de Sua presença, por isso o grande momento da poesia é só silêncio, porque é Deus Se expressando, e nesse silêncio Deus nasce em você, e você dá à luz a poesia de Deus que salta de dentro do mistério, e isso não é lógico nem racional, é antes de tudo sobrenatural, pois trata-se da expressão da Verdade Divina poética, porque a verdade lógica é fruto da mente comum, limitada, a verdade poética é misteriosa, extraordinária, infinita porque vem de Deus, portanto não dá para argumentar com a poesia, poesia é arte porque Deus é o Artista Supremo, o Poeta Supremo, o Criador Supremo de tudo em todos os Universos.

Então, poesia não é lógica e nem é ciência "in vitro", e a arte não é um argumento, não dá para argumentar com a arte, com a poesia, se poesia é religação com a Divindade que através dela Se manifesta.

A poesia não se incomoda com argumentos, com a lógica porque é mistério, é o desconhecido em cada obra de Deus, você se sente absorvido para dentro da poesia que através de Deus ressuscita o que há de morto no seu interior. Nesse instante a poesia de Deus nasce em você sem que haja necessidade de convencer ninguém.

O poeta não tenta convencer, apenas dá o testemunho da obra de Deus através de Sua palavra poética. Mas se alguém fica convencido e se entrega a Deus, tudo bem, se não fica convencido, tudo bem, Deus é quem opera desse momento em diante, Deus Jesus Espírito Santo é quem transforma aos poucos a vida da pessoa e nesse sentido convicção não tem muita importância, se você for convencido através de argumentos jamais se tornará um poeta porque a comunicação com Deus tem uma linguagem específica chamada fé, que não tem nada a ver com convicção, quem precisa ser convencido é quem vai se tornar um filósofo, um político, um professor, um fanático, mas não um poeta, a poesia é como o amor, a expressão máxima de Deus, o Amor acontece sem qualquer razão, no amor você não precisa provar nada, não é necessário, só é necessário provar algo se você quer um empréstimo, ou se candidatar, ou vai prestar exames, ou está no laboratório, o amor acontece tão subitamente que não há intervalo de tempo, o poeta se apaixona rápido e você se apaixona rápido pelo poeta.

Não há como explicar, como provar, e se alguém fala mal de um poeta, é contra um poeta, ora, é muito fácil provar algo contra o poeta, impossível mesmo é provar algo a favor do poeta, não há provas concretas, científicas, materiais, só uma relação de entrega profunda, de confiança profunda de paixão profunda, de cegueira profunda, mas essa cegueira exterior se torna uma profunda visão interior vinda da Divindade.

Os poetas não podem ser aceitos em qualquer lugar. Os poetas só podem ser aceitos no coração amoroso.

O poeta não pode ser absorvido por qualquer coisa estabelecida, só um envolvimento pessoal, um coração amante e muito louco pode se tornar o lugar do poeta. Porque o poeta cria o caos no coração das pessoas para instalar a Verdade Divina. Portanto, o poeta está interessado é em demolir a estrutura morta existente no interior de cada pessoa. O poeta quer conectar cada ser humano com o seu único Deus Todo Poderoso Criador dos Universos. O poeta quer afundar a pessoa no poço Divino que vai torná-la à tona outra vez transformada no louvor silencioso da poesia existente na Palavra de Deus.

Para o poeta tudo que existe é expressão da obra de Deus, ele sente e reflete a beleza da obra de Deus presente na terra, no ar, na água no fogo, no éter, nas folhas, nos olhos, nas mãos, no sorriso.

 Para o poeta toda a obra de Deus é perfeita e bela e prenhe de significado, de essência, de princípio, de valor, de sentido, mas um sentido intrigante, agudo, profundo, encantador e misterioso que é a Graça da Salvação concedida misteriosamente por Deus, e Seu amado Filho único, o Salvador, o Remidor, o Redentor, o Eterno Poeta da Nova Jerusalém, Jesus, o Cristo, e Sua poesia de Graça da Salvação Eterna.

Geraldo Maia, poeta
Estudou Jornalismo na instituição de ensino PUC-RIO (incompleto)
Estudou na instituição de ensino ESCOLA DE TEATRO DA UFBA

Coordenou Livro, Leitura e literatura na empresa Fundação Pedro Calmon
Trabalha na empresa Folha Notícias,
Filho de Itabuna/BA/BRASIL, reside em Louveira /SP.

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Um comentário:

  1. Muito bom o esclarecimento sobre a poesia e tudo o mais, com exceção do envolvimento com o conceito de Deus. Os poetas costumam ser ateus, sem que isso tire um mínimo grão da sua poesia

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