Choro
Minhas Dores do Rio
Chora a chuva gotas secas,
Envergonhadas. . .
Todos querem o sol!
O orvalho lacrimoso rouba das nuvens
a seiva que umedece a relva
na terra ressequida pela loucura
travestida de riqueza estéril.
Nuvens finas, leves, aladas
Choram carregando
carneirinhos escondidos nas estrelas.
Nuvens grossas, pesadas, negras
Choram no ozônio de crescentes dores.
O rio constrangido, contaminado,
Obrigado a escorregar imundo
pelas margens ressecadas de fétido egoísmo
Chora a humilhação de sucumbir
À chegada de lugar nenhum.
Choro a desilusão de ser humana
coracional, sentimental, mental
frágeis gritos opacos, lamentos perdidos
Nas ruelas caóticas da insensatez.
Rio... rios... rios!
O resto de tuas águas
Trespassa minha alma escorrida
Carrega meus tortuosos fardos
Afogados no mar
da lama da minha espécie.
Efigênia Oliveira
Professora, co-autora do livro
Violeta Lilás
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário