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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CHORO MINHAS DORES DO RIO - Efigênia Oliveira

Choro Minhas Dores do Rio

Chora a chuva gotas secas, 
Envergonhadas. . .
Todos querem o sol!

O orvalho lacrimoso rouba das nuvens
a seiva que umedece a relva
na terra ressequida pela loucura 
travestida de riqueza estéril.

Nuvens finas, leves, aladas
Choram carregando 
carneirinhos escondidos nas estrelas.
Nuvens grossas, pesadas, negras
Choram no ozônio de crescentes dores.

O rio constrangido, contaminado,
Obrigado a escorregar imundo 
pelas margens ressecadas de fétido egoísmo
Chora a humilhação de sucumbir
À chegada de lugar nenhum.

Choro a desilusão de ser humana
coracional, sentimental, mental
frágeis gritos opacos, lamentos perdidos
Nas ruelas caóticas da insensatez.

Rio... rios... rios!
O resto de tuas águas
Trespassa minha alma escorrida
Carrega meus tortuosos fardos
Afogados no mar 
da lama da minha espécie.



Efigênia Oliveira
Professora, co-autora do livro
Violeta Lilás

* * *

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