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terça-feira, 7 de março de 2023

Poemas de denúncia sobre

o rio Cachoeira motivam

novo livro de Cyro de Mattos



 

          Águas de meu rio é o novo livro de poesia de Cyro de Mattos, que acaba de ser publicado pela editora Ibis Libris, do Rio, com prefácio de Denise Emmer, poeta premiada em concursos expressivos nacionais, musicista, e um dos nomes importantes da poesia contemporânea brasileira. O livro é um poema longo dividido em vinte partes em que o poeta aponta com tristeza, em versos de lirismo agudo, a situação doentia do Cachoeira, outrora de águas límpidas e peixe em abundância, fonte de sustento para muitos e lugar de alegrias para meninos e gente grande. 

        Autor de 64 livros pessoais, entre o romance, conto, crônica, poema, ensaio e literatura infantojuvenil, o baiano de Itabuna Cyro de Mattos (cyropm@bol.com.br) já publicou vinte e dois livros de poesia para o leitor adulto, três deles com o tema inspirado no Cachoeira, formando uma trilogia do rio com esse Águas e meu rio. Os outros dois livros da trilogia são Vinte poemas do rio/Twenty River Poems, tradução de Manuel Portela, e O discurso do rio, constituído de trinta sonetos, ambos publicados pela EDITUS, editora da UESC. Esses dois livros foram também editados em Portugal, pela Palimage, de Coimbra, na coleção Palavra e Imagem, dirigida pelo poeta Jorge Fragoso. 

           Vinte Poemas do rio foi adotado por três anos para o vestibular da Universidade Estadual de Santa Cruz. Pequeno livro de versos cativantes, vem sendo estudado em escolas e universidades. Seus poemas foram declamados pelos alunos da Escola São Jorge de Ilhéus no Teatro de Ilhéus para um público que lotou as dependências do auditório.   

           Do livro Águas de meu rio é o poema VIII em que o poeta revela as suas relações afetivas com o rio de sua infância, quando o  cenário era de pureza e alegria.   

Leiam abaixo o poema.

 

VIII

aprendi a nadar em tuas águas

aprendi a mergulhar em tuas águas

aprendi a pescar em tuas águas

 

aprendi a sorrir em tuas águas

aprendi a cantar em tuas águas

aprendi a saltar em tuas águas

 

aprendi a flutuar em tuas águas

aprendi a dormir em tuas águas

aprendi a sonhar em tuas águas

 

enquanto as nuvens passavam

as borboletas voavam em bando

não querias que eu esquecesse tuas águas

 

  O Poeta e o Rio

   Afonso Manta

 

E vendo as águas do rio

e outras águas renhidas

o poeta Cyro reinventa

o mistério de nossas vidas.

 



Cyro de Mattos observa as lavadeiras quando

antigamente lavavam as roupas e estendiam 

nas pedras, que ficavam coloridas. 


* * *

 


 

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