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sexta-feira, 6 de março de 2020

SIGMUND FREUD - Antônio Baracho



            Um homem nascido às 06:30h da tarde do dia seis de maio de 1856, em Freiberg, na Moravia, que hoje pertence à Tchecoslováquia, modificou profundamente a nossa visão do mundo e a consciência que tomamos de nós mesmos.

            É certo que o neurologista Sigmund Freud não descobriu inconsciente, cuja existência foi bem conhecida pelos filósofos, de PIatão a Leibniz. Mas descobriu as intervenções do inconsciente nos setores da vida orgânica e da vida consciente que se julgava preservados da sua influência: descobriu a natureza do tal inconsciente: foi o primeiro a perceber a importância dele.

            Ateu convicto desde os tempos de estudante, dizia-se     não-identificado nem com a religião judaica nem com qualquer outra, e o que mais caracterizou a sua personalidade foi o seu ímpeto, honestidade e firmeza de caráter, contestando os velhos tabus e preconceitos da sociedade de sua época. No entanto o seu espírito de cientista influenciou a trajetória de outras estrelas, como o antropólogo francês Claude Levi-Strause, o crítico literário também francês Roland Barthes e toda a geração de artistas do movimento surrealista, de André Breton a Salvador Dali.

            A psicanálise chegou ao domínio público, sem dúvida que há razões extracientífica para esse sucesso. Mas, no plano próprio da ciência psicológica, é lícito afirmar que a psicanálise foi o grande acontecimento do século passado.

            A crítica não trai nem menospreza o pensamento de Freud, ao contrário, realça e valoriza, na sua definitiva e excepcional moldura, a bagagem imensa das suas criações, das suas contribuições aos vários ramos da ciência, suas antevisões, as corajosas assertivas que, combatidas ferrenhamente na época, desabrocharam, décadas depois, em frutos sazonados de conhecimentos novos, em cuja tessitura se faz, dia a dia, mais
clara a dimensão do comportamento humano.

            A morte de Freud (23/09/1939), culminando os padecimentos cruéis de um câncer, durante 16 anos e 33 cirurgias, encerra também a viagem de um prodigioso epistológrafo; escreveu nada menos de 20 mil cartas pela vida: A psicanálise foi a resposta a mais longa que não conseguiu concluir.

            Enquanto não podemos afirmar se todos continuaremos vivos, é fácil atestar que ele alcançou a imortalidade.

            

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ANTONIO BARACHO – Poeta, psicólogo.
Membro da Academia Grapiúna de Letras- AGRAL, ocupante da cadeira nº 11.
E-mail: antoniobaracho@hotmail.com
Tel. (73) 99102-7937 / 98801-1224

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