25 de março de 2019
Plinio Corrêa de Oliveira
“Anunciação” — Fra Angélico, séc. XV. Museu El Prado, Madrid (Espanha)
“O Anjo do Senhor anunciou a Maria”
No dia 25 de março a Igreja celebra este fato incomparável:
a Anunciação!
Fra Angélico pintou um quadro da Anunciação: a Virgem Maria
encontra-se numa casinha pequena, modesta, limpíssima e em inteira ordem, num
claustro composto de umas arcadazinhas. Ela está sentada com um livrinho de
meditação no colo. Uma atmosfera de paz impregna todo o ambiente, quando o
arcanjo São Gabriel aparece e se ajoelha diante d´Ela. E Maria aparece um pouco
inclinada ouvindo o anjo falar.
É o fato extraordinário que se deu naquela ocasião. Ela não
pensava na possibilidade de um anjo visitá-La, nem na mensagem que ele vinha
trazendo.
Há milênios a humanidade esperava Aquele que deveria vir ao
mundo — aquela criatura perfeita que seria o centro de todas as coisas.
Em virtude do pecado original, os homens estavam imersos num
caos. Na pior das formas da desordem encontravam-se os povos pagãos e também o
povo eleito. O povo judaico, que tinha sido escolhido para a promessa, estava
na maior decadência e no maior afastamento de Deus. Na Terra nada mais se
salvava.
Entretanto, uma Virgem concebida sem pecado original —
nascida de Santa Ana e de São Joaquim, e que depois se casaria virginalmente
com São José — meditava. Ela percebia que a única solução para a salvação dos
homens era a vinda do Messias a fim de redimir o gênero humano. Ela meditava,
lia a Bíblia com uma inteligência maior do que jamais ninguém teve e pensava a
respeito do Messias.
Assim meditando, Ela foi levada pelo desejo de que nascesse
o Messias e pedia por essa vinda. Ela foi compondo a figura do Messias, com
base nas Escrituras e em conjecturas, até imaginar como Ele seria. Sua
sabedoria, virtude e amor de Deus auxiliaram-na nessa composição.
Na paz da sua meditação, quando Ela acabava de pôr o último
traço na imaginação de como Nosso Senhor Jesus Cristo seria, uma iluminação
dentro do jardim! Aparece o anjo e lhe diz: “Ave Maria, cheia de graça, o
Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres.”
Ela se perturbou, pois não sabia qual era a finalidade dessa
saudação. O anjo, então, explicou-Lhe que Ela seria Mãe do Filho de Deus e que
o Verbo de Deus, o Messias, nasceria d’Ela.
Pode-se imaginar a surpresa, pois Ela se julgava indigna de
ser a escrava da Mãe do Messias e pedia a graça de poder conhecer a Mãe do
Messias e de servi-la. Era o que aspirava. Entretanto, mesmo considerando esse
favor arrojado, o anjo anuncia que Ela própria seria a Mãe do Messias!
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa
de Oliveira em 24 de março de 1984. Sem revisão do autor.
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