Sair para viver e trabalhar, principalmente nos Estados
Unidos e Portugal. É resultado de uma pesquisa do Datafolha, divulgada há
poucos dias. A maior parte, jovens entre 16 e 24 anos. Nessa faixa etária, 60%
dos jovens pesquisados gostariam de ir embora. Entre 25 e 34 anos, metade dos
brasileiros ouvidos gostariam de abandonar o país. Entre 35 e 44 anos, 44%
sonham em deixar o Brasil. De 45 a 59 anos, um em cada três pesquisados pensam
em ir embora. Entre os acima de 60 anos, um em cada quatro. Como se nota, na
medida em que a idade avança, em que as pessoas têm mais compromissos
familiares, empresariais, laborais - raízes, enfim - o percentual diminui. Mas
entre os jovens que buscam oportunidades, seis em cada dez gostariam de ir
embora.
As razões dessa ideia de tanta gente são muitas. Jovens que
já estudaram no exterior e experimentaram mais segurança, mais valorização ao
conhecimento e a ciência, mais oportunidades de melhores salários, voltam e
ficam chocados. Brasileiros que passaram a viajar mais para o exterior, ficaram
conhecendo ambiente mais organizado, mais seguro, mais previsível. Os de mais
idade fazem planos para uma aposentadoria longe de assaltos, balas perdidas,
trânsito caótico; em lugares onde possam passear, sair à noite, ir a
restaurantes e a espetáculos com mais frequência. Todos dizem que fora do
Brasil e vida é mais barata e, óbvio, mais segura.
As gerações mais jovens são o maior patrimônio de uma nação;
elas são a garantia de sobrevivência, de continuidade, de futuro. Por isso, uma
país como Portugal, nossa matriz, abre as portas para jovens com conhecimento.
Com 11 milhões de habitantes e natalidade baixa, Portugal incentiva a vinda de
jovens bem formados, que vão ser cidadãos úteis e produtivos para o país. Nossa
pátria-mãe tem noção de algo que o Brasil parece ter perdido. Interessante que
haja milhares de brasileiros ilegais nos Estados Unidos - calculam em mais de
100 mil - que fugiram do país cheio de leis trabalhistas para buscarem emprego
no país que não tem leis trabalhistas.
O que está havendo conosco? Que desânimo é esse? O que
perdemos ou o que nos tiraram? Já que estamos em clima de Copa do Mundo,
lembro do tricampeonato no México, em 1970. Eu tinha quase 30 anos e
testemunhei o entusiasmo do “Pra Frente Brasil”, do “80 Milhões em Ação”, que
ajudou a fazer o Milagre Econômico: o país cresceu, por três anos consecutivos,
à média de 11,2% ao ano - um crescimento chinês. Não havia desemprego.
Atividade econômica plena.
Por puro entusiasmo, que mandava os que pegaram em armas
para implantar aqui uma ditadura socialista(como conta um deles, Fernando
Gabeira), irem embora: “Brasil, ame-o ou deixe-o” dizia o plástico nos vidros
de grande parte dos automóveis.
Pois agora querem deixar o país aqueles que o amam. Uma
tragédia.
Alexandre Garcia
Texto extraído do Facebook Oficial de Alexandre Garcia
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