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domingo, 15 de abril de 2018

DOM CESLAU STANULA - Reflexões sobre o Magistério Ordinário do Papa

06/04/2018

As Encíclicas, por mais que não contenham definições infalíveis, elas merecem respeito e a nossa adesão, aceitação religiosa. Por isso a gente não pode rejeitar o ensinamento em determinada Encíclica. Assim afirma o Papa Pio XII na enc. Humani generis (Genero Humano) em 1950, quando disse: “Não se deve julgar que o que vem proposto nas encíclicas não exige assentimento, sob o pretexto de que os Papas aí não exercem o supremo poder do seu magistério”.
A Encíclica não define, e nem altera um dogma de fé, mas atualiza a doutrina católica através de um ensinamento ou um tema da atualidade e é vista como a posição da Igreja Católica sobre um determinado tema. (Veja: D. Estevão Bettencourt :“Pergunte e Responderemos” (Nº 483) citado pelo Prof. Filipe Aquino).
A Encíclica é o instrumento do ensino ordinário do Papa. Os bispos usam os documentos parecidos, chamados Cartas Pastorais. Então a encíclica está reservada para o papa e os bispos usam no seu ensino Cartas Pastorais.

Com a benção e oração, desejo uma excelente e repousante noite.
Dom Ceslau.
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10/04/2018

Estou em Aparecida na Conferência  da CNBB que começa amanhã. Deus abençoe a todos. A todos apresento a Nossa Senhora Aparecida.

Segue a reflexão.

Bula 

Muitas vezes ouvimos falar sobre a Bula Apostólica. O que é o Documento Papal chamado Bula?

Na Roma antiga, “bulla” significava um pequeno globo de metal vazio, que os vencedores de um prémio traziam pendurado do pescoço.

A partir do século VI os Papas empregaram a bula (portadora do nome do respectivo Papa) a fim de autenticar os seus documentos. Desde o século XIII Bula designa não apenas o globo de metal, o carimbo ou sinete do Papa, mas a própria carta à qual ele se prende.  

Na Bula o Papa geralmente exprime algo de muito solene, como um Dogma, criação de uma Diocese, nomeações de bispos etc. 
A Bula começa pelo nome do Papa, dito “servus servorum Dei” (servo dos servos de Deus), segue-se uma saudação e o conteúdo do documento. Utiliza-se o pergaminho. Antigamente a letra era de tipo gótico e apresentava no texto diversas abreviações que dificultavam a leitura. Leão XIII, em 1878, determinou que se utilizasse a escrita comum. As Bulas na sua apresentação visual  passavam por adaptações ao tempo. A última “roupagem” deu o papa Pio X. As Bulas têm pendurado com cordões coloridos, um globo de chumbo no qual está gravada a imagem de São Pedro e São Paulo. 

Eu já tenho duas desta Bulas: nomeação para o bispo diocesano de Floresta e nomeação para o Bispo Diocesano de Itabuna.

Deus te abençoe e te dê uma noite serena e de muita paz.
Dom Ceslau 
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11/4/2018

O primeiro dia da Conferência foi dedicado as questões de organização , Visão da realidade sócio - religiosa hoje. 

Continuando a nossa reflexão sobre o magistério, vejamos o que é  Exortação Apostólica.

O outro meio do Magistério do Papa no seu  ensino ordinário  é a Exortação Apostólica. Esta tem o caráter menos solene, que uma encíclica, mas, não menos importante. Este documento  transmite um ensinamento do papa a respeito de um assunto com o objetivo de esclarecer e animar os fiéis na vivência do mesmo.

Geralmente a Exortação Apostólica  o Papa a  publica após um sínodo.  Os padres sinodais lhe apresentaram propostas  conclusivas do sínodo, e o Papa elabora o documento. Mas a Exortação Apostólica não está ligada só aos Sínodos. O Papa a publica livremente, como por exemplo a  Exortação  recente do Papa Francisco, publicada nesta semana,  sobre  o chamado a santidade,  "Exultai-vos e Exultai". As Exortações que  mais foram  comentadas e estudadas, a meu ver, foram a sobre a Evangelização "Evangelii nunciandi" do papa Paulo VI, depois a "Familiaris Consórcio" do Papa  João Paulo II,  sobre a família de hoje,  do Bento XVI Verbum Dei sobre a sagrada Escritura e do Papa Francisco, Evangeli Gaudium, sobre a alegria de Evangelizar.

Uma boa e tranquila noite. Com a benção e oração aos pés de N.S. Aparecida.
Dom Ceslau
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12/4/2018 

Na Conferência em Aparecida hoje dia 12.04.18, trabalhamos praticamente o dia inteiro sobre o tema central que é a formação sacerdotal e os seminários.

Continuando as nossas reflexões sobre o Magistério ordinário do Papa vejamos o que é o Motu Proprio
Motu Proprio (do latim   - por iniciativa própria-) é o documento expedido por iniciativa própria do Papa, pelo qual, quer recomendar algo com particular empenho. Os primeiros documentos deste tipo apareceram durante o pontificado de Inocêncio VIII (1484-1492). 

O Motu Proprio, publicado sem nome de destinatário, tinha alcance mais amplo; pode abordar temas importantes ou introduzir novas disposições legislativas. Assim o Papa Paulo VI pelo Motu Proprio de “Ecclesiae Sanctae” modificou alguns traços do Direito Canônico; 1971 remanejou normas do procedimento que investiga a nulidade de um casamento.

O Papa Francisco, modifica, com o Motu Proprio: “Mitis Iudex Dominus Iesus” (Senhor Jesus manso juiz) o procedimento da declaração de nulidade do matrimonio; e o último documento Motu Proprio “Aprender de despedir-se” de fevereiro 2018, regula a renúncia dos bispos dos seus cargos por motivo de idade).

Este é o documento Motu Proprio que utiliza o Papa na sua missão como Pastor Universal da Igreja Católica.

Deus nos abençoe. Com a oração e o abraço. Uma boa e tranquila noite.
Dom Ceslau.
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13/4/2018

Hoje o terceiro dia da conferência percorreu no estudo do documento sobre a formação sacerdotal nos seminários.

Voltando ao tema do nosso estudo, término sobre os documentos papais.
Estes são os principais meios com as quais o Papa exerce o magistério ordinário.  Claro, incluindo as suas homilias, cartas e mensagens. Tomei a liberdade de explicar o significado dos documentos mais importantes, que nos ambientes eclesiásticos ouvimos com frequência. Esta linguagem para muitos católicos está desconhecida, o que dificulta a compreensão, o entendimento das razões da nossa fé.
Como - uma comparação de agora  - quando assistimos os debates jurídicos na TV, só alguns entendem a linguagem dos juízes e advogados, e a maioria está esperando que alguém “traduza” esta linguagem para a “nossa”.

Os bispos nas suas Dioceses, no seu magistério se servem dos documentos da Igreja, seguindo o magistério da Igreja e a traduzem em suas homilias e em ocasiões especiais nas Cartas Pastorais. Por exemplo, a última que recebi foi da Diocese de Ilhéus (BA), de outubro de 2017, Dom Mauro que  escreveu sobre cuidado com a Liturgia. Aliás, muito boa e muito oportuna. O Dom Armando Bucciol da Diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA) escreve livrinhos de orientações litúrgico-catequéticas. O último dele foi: Sinais e Símbolos, gestos e palavras na Liturgia (Para compreender e viver a Liturgia) As orientações e explicações muito claras e muito interessantes, que ajudam a viver a nossa fé.

Este é o magistério ordinário dos Bispos nas suas Dioceses em comunhão com o Magistério do Papa, da Igreja.

Com a benção e oração. Boa noite.
Dom Ceslau
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Dom Ceslau Stanula – Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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