Quanto mais afunda, mais o ex-presidente Lula fica bravo.
Pior para todos
Por J.R. Guzzo
Publicado em 18 dez 2017
O ex-presidente Lula durante discurso após depoimento ao
juiz Sérgio Moro, em Curitiba (Vagner Rosário/VEJA.com)
O ex-presidente Lula vai acabando mal este 2017, o ano em
que foi condenado a nove anos e meio de cadeia por corrupção e, com isso,
sofreu o pior desastre de toda a sua carreira política. A imagem que deixa aos
olhos de todos é a de um rosto irado, chamando o Brasil para a briga a cada vez
que abre a boca, numa gritaria permanente contra as leis do país, insultos ao
sistema de justiça que o deixou nu e ameaças de se vingar de todos os inimigos
imaginários que cria, o tempo todo, para explicar a si mesmo por que despencou
de tão alto para tão baixo. Nunca lhe passa ela cabeça que o seu principal
inimigo foi ele mesmo, e que seu engano fatal foi deixar-se cegar pela soberba
– tomou, sozinho, todas as decisões políticas que arrasaram a sua vida e
decidiu, também sozinho, que era um ser divino incapaz de errar.
Lula chegou, agora, a essa caricatura que todo mundo está
podendo ver: uma espécie de Mussolini meia-boca, que deixaram solto depois que
caiu do governo, tentando chamar de volta as multidões para transformá-lo de
novo num homem poderoso e dar-lhe a posição de condutor vitalício do povo
brasileiro. Mas a sua demagogia está aguada, muito distante da flama manejada
com tanta destreza pelo modelo original. É um Mussolini sem as promessas de um
grande futuro e sem a massa lotando as praças. O que diz já foi dito, o que
promete é incompreensível (se vai fazer, porque já não fez nos quase catorze
anos em que mandou no país?), e a sua praça só tem as camisetas com o vermelho
cansado do PT. Virou, pelo visto em suas últimas aparições, um beato que
continua anunciando o fim do mundo, ficou repetitivo e está em mau estado de
conservação.
Toda a aposta de Lula e seu partido, hoje, se resume numa
coisa só: uma virada de mesa, feita pelos poderosos que tanto criticam e com os
quais se entendem tão bem, que lhe forneça algum tipo de anistia e lhe permita
esconder-se num “foro privilegiado” qualquer. A partir daí, é contar com os
institutos de pesquisa e jogar na chance de que a ignorância, a inconsciência e
a desinformação continuem influindo nas decisões da maioria do eleitorado. Aí
vai valer tudo. As mentiras que Lula tem usado, e que já estão num nível
próximo à alucinação, prometem deixar para trás, a cada dia que passar,
qualquer volume já anotado na história política do Brasil. Talvez já nem possam
mais ser descritas como mentiras. Lula, ultimamente, parece estar regredindo ao
“padrão Dilma” de discurso público, no qual é inútil a tentativa de entender
alguma coisa – o que se diz simplesmente não tem pé nem cabeça.
Lula passa de 2017 para 2018 como uma ruína. Ninguém entre
os 100% de puxa-sacos que o cercam lhe diz isso, é claro. Ele próprio, por sua
conta, obviamente nunca tentará se informar.
Em situações assim, é
comum os psiquiatras começarem a notar sintomas de psicose. Mas aí quem paga a
conta, sempre, é a população em geral – que terá nas costas, durante pelo menos
mais um ano inteiro, um líder neurótico e seu partido fazendo tudo o que podem
para prejudicar o país. É a única maneira que veem para sobreviver – e quem
sabe, como diz o filósofo paulista Luís Felipe Pondé, criar um dia por aqui a
sua “Ditadura dos Ofendidos”.
J.R. GUZZO
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