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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

DOM CESLAU STANULA REFLEXÕES - A Consciência

21/11/2017
A Consciência

Depois de refletirmos sobre a escatologia, vale a pena agora refletir sobre o grau da responsabilidade pelos nossos atos. Somos responsáveis pelos atos segundo a nossa consciência. Só somos responsáveis por aquilo que estamos fazendo conscientemente. Pelos atos involuntários e inconsciente não levamos responsabilidade moral.

Então o que é a consciência?
A palavra consciência vem do latim “cum” - juntos e “scire” - conhecer, que poderia se dizer: o conjunto de conhecimentos. O Pe. Bernardo Häring, o grande cientista, pesquisador e moralista, autor de muitos tratados de teologia moral define a consciência como “a faculdade moral da pessoa, (....) em que ela se conhece pelo confronto com Deus e com seus semelhantes”. (cf. Livres e Fiéis em Cristo, Vol. 1 p.208). Podemos dizer também que é a voz interior da pessoa que a ilumina para discernir o bem do mal.
A consciência, segundo o Catecismo da Igreja Católica, “é o núcleo sacratíssimo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa a sua voz” (Nº 1795). Omitimos outros aspectos e definições da consciência.

Em tudo o que o homem diz e faz é obrigado a seguir fielmente a voz da sua consciência. Para isto deve formar a consciência. Aguçar esta voz.
Com a benção e oração desejo uma linda noite.

Dom Ceslau.

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22/11/2017
A Consciência II

O Catecismo Católico nos fala da consciência moral, e a define como “um julgamento da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto” (Nº 1796). A consciência moral compreende a percepção dos princípios da moralidade, sua aplicação a circunstâncias específicas por uma determinada prática da razão. Teologicamente, talvez possamos dizer que é o estado da alma, quando compara o que é,com o que deveria ser. Santo Tomás de Aquino ensinou que toda criança nasce com uma inata capacidade de distinguir o bem e o mal. Trata-se de uma “tendência natural”. (cf. Suma Teológica, Tomas de Aquino, 1, q79, a,12, resp.). Mas esta tendência natural pode ser aperfeiçoada ou desviada do rumo certo. Ai a necessidade de formação da consciência
Que Deus nos guie com a sua luz e voz interior.
Um boa noite. Com a minha humilde benção e oração.

Dom Ceslau

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23/11/2917
A Consciência III

"A consciência deve ser educada e o juízo moral, esclarecido. Uma consciência bem, formada é reta e verídica” ensina o Catecismo da Igreja Católica (Nº 1782 ss). 
A educação da consciência é a tarefa de toda a vida.  Uma educação prudente em casa, ensina a virtude, a gratuidade, a responsabilidade, a honestidade, o respeito pelas pessoas e seus bens. É a tarefa principal dos pais. Na formação da consciência, a Palavra de Deus é a luz do nosso caminho; importante que se viva a fé em casa, pratique a oração e se ponha em pratica estes valores. Nesta perspectiva para a formação da consciência a família é fundamental, mas a família bem instituída na lei natural e consagrada pela lei de Deus. Só a família tem o credito moral para formar. Nesta perspectiva também para a formação da consciência o papel importante tem a escola.
Consequentemente, na escola não deve haver ingerência política, principalmente partidária. Nada de ideologias contrarias a lei natural e divina. E mais, a catequese e o ensino religioso, seja nas escolas, ou Igrejas, com o pessoal para isto preparado, tem o papel indispensável. Anos atrás, um ateu me disse: “eu sou ateu, mas mando os filhos para a catequese, porque no fim das contas, alguém deve dizer ao meu filho que não se deve roubar". 
A educação da consciência garante a liberdade e gera a paz do coração.
Com a minha benção e oração.
Boa noite.

Dom Ceslau.

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24/11/2017
A Consciência IV

Quando emitimos um julgamento baseado na nossa consciência moral devemos fazê-lo com prudência.  Existem algumas regras para nos orientar nesta área.  O Catecismo da Igreja Católica nos orienta: “a) Não é permitido nunca praticar um mal para que daí resulte um bem; (o mal menor não existe, se é algo mal, sempre será mal); b) Tudo aquilo que quereis que os outros vos façam, fazei-o vós a eles” (Mt.7,12). c)  
A caridade respeita sempre o próximo e sua consciência. “Pecando contra vossos irmãos e ferindo a sua consciência...pecais contra Cristo” (1Cor 8,12). Veja CIC 1789).

Lógico, a consciência moral, por causa de ignorância, pode fazer um julgamento errôneo. Neste caso se a pessoa é responsável pela ignorância (ignorância vencível), é responsável também pelo mal que comete. Se a pessoa não for culpada pela ignorância (ignorância invencível), então o mal cometido pela pessoa não lhe poderá ser atribuído.
E aqui terminamos as nossas meditações sobre a consciência.
Com a minha benção e oração. 
Dom Ceslau. 
Boa noite.

 Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.

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Dom Ceslau Stanula – Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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