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sexta-feira, 3 de março de 2017

FILHOS DE ITABUNA: Valdelice Soares Pinheiro

Valdelice Soares Pinheiro


Filha de desbravadores da região cacaueira baiana, Valdelice Soares Pinheiro nasceu em Itabuna no dia 24 de janeiro de 1929. Fez o curso primário nos Colégios Nossa Senhora da Piedade e Municipal de Ilhéus.  Licenciada em Filosofia pela Universidade Católica do Rio Grande do Sul, ensinou Estética e Ontologia na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Publicou dois livros de poesia: "Dentro de Mim" e "Pacto".

Trata-se de uma poeta que elabora sua poesia com uma linguagem medida e despojada, projetando no texto contido uma visão de mundo preocupada com a condição humana.

O Romancista e Crítico Literário Adonias Filho viu em Valdelice Soares Pinheiro uma poeta de percepção visual, que trabalha o poema com inteligência, à sombra de ideias  e conceitos, na medida em que se arma e se processa no texto para se tornar voz reflexiva. Diria que o sensibilismo piegas repetitivo e enfadonho em suas ressonâncias líricas cede lugar no texto poético de Valdelice Soares Pinheiro à poesia celebrada com especulação e síntese.

Poesia reflexiva de grande conteúdo humano, de equilíbrio entre concepção e execução, harmonia entre poema e ato, verso e matéria. Poesia que só um poeta questionador, dotado de instrumental filosófico plasmado numa alma sensível, poderia compor.

Faleceu em 29 de agosto de 1993.


(ITABUNA, CHÃO DE MINHAS RAÍZES)
Cyro de Mattos

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Rio Cachoeira

Rio torto,
Rio magro,
Rio triste.
Parece que chora,
Sente dor...
Parece que fala em lamentos
Dos afogados que engoliu,
Das flores que já levou.
O remorso, Cachoeira,
O remorso te entortou.


 Valdelice Pinheiro

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