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quarta-feira, 22 de março de 2017

CARTA DE CYRO DE MATTOS PARA EGLÊ MACHADO (Há 2 anos)


          Prezada Eglê,


          É muito bonito o que você vem fazendo comigo. Comove-me. Demonstra reconhecimento pelo meu trabalho, de maneira espontânea e sincera. E que você possui verdadeiro amor por Itabuna, sem outros interesses, coisa rara entre nós Itabunenses. Vou encaminhar esta divulgação sua através de seu prestigiado blog para os professores Graça Capinha e Manuel Portela, da Universidade de Coimbra, em Portugal. Atitude dessa natureza incentiva-me a continuar na jornada.
     
          Eu passei a ser vítima de uma rede de intriga aqui em minha terra a partir do momento que meu trabalho literário repercute além das fronteiras regionais. Não cheguei até aqui porque entrei pela porta dos conchavos, aliança em grupinhos e outras mazelas. Nem sequer ambicionei chegar onde estou. Essa situação alimentada por pessoas venenosas, movidas pela inveja e ciúme, cresceu também quando de minha passagem pela FICC. Alguns na mídia procuraram atingir minha honra, ofender meu caráter, caluniar-me para tirar o foco do escritor e jogar contra mim a cidade que me viu nascer, crescer e me conhece ao longo de mais de setenta anos de vida. É uma postura humana de fazer pena, de baixo nível, articulada por esse tipo de gente que se alimenta das doses venenosas da vida para não morrer. E a intriga, o ciúme, a inveja, a raiva e a mentira dessa gente continuam voltadas contra mim. Não sossega, vive disso. Não estou nem aí. Algumas atitudes políticas, por omissão, alimentam essa corrente, pois é sabido que gente da praia política não gosta de conviver com pessoas decentes, íntegras, com raras exceções. Os donos do poder político, melhor dizendo , da vaidade humana, gostam mesmo é de conviver com pessoas que rezem em sua cartilha, como mansos cordeiros ou veementes soldados bem mandados, com exceções, volto a dizer.
   
          Inventaram agora que afirmei serem os poetas do Clube dos Poetas uns tupiniquins. Nunca afirmei isso. Isso não faz o meu perfil. De fato nunca quis pertencer ao Clube dos Poetas porque é um direito meu. Como também tenho o direito pela minha experiência de vida de saber se este poema é frágil ou se esse texto não é um poema, existe nele um equívoco na expressão e nos sentimentos de mundo que entram no conteúdo do discurso.

          Não sou o dono da verdade, as pessoas podem também não gostar do que faço como poeta. Tenho consciência de meus limites e sei que muitos poetas estão acima de mim. Muitas pessoas gostam mesmo é do elogio fácil, da mentira, que você afirme ser ele um poeta, um intelectual maior, embora não seja. Aí é que surge também a retaliação dos ressentidos. É preciso saber que um poeta se faz pela qualidade de sua obra e não porque é membro de alguma academia de letras, clube, instituição social ou política. Nada a ver.

         Prezada Eglê, cada vez mais sinto que a vida precisa de criaturas como você. Pessoas verdadeiras, que amam a vida. Escrevem a vida com o canto dos pássaros e não com o cheiro repelente e vil da carniça, como tantos que existem por aí.
   
          Se quiser pode publicar o que aqui afirmo. 

          Abraços,


          Cyro de Mattos

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