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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

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 Os Cem Melhores Livros da Crônica

Cyro de Mattos

 



          Ultimamente a crônica tem sido considerada e bem divulgada no Brasil. Infelizmente a universidade, que há tempos comanda a literatura brasileira, não tem dado importância à crônica, em teses de mestrado e doutorado.

          Não se vê a crônica estudada e comentada por lá, se não estou equivocado. Uma pena. A lista dos cem melhores livros de crônica no século XXI elaborada pela conceituada revista da crônica RUBEM é um reconhecimento valioso do gênero. Pode não estar completa, haver discordância, como faz referência disso quem elaborou a lista.

           Não se deve estranhar a ausência nessa lista de ícones do gênero, como Rubem Braga, Drummond, Rachel de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Hélio Pólvora e Stansilaw Ponte Preta. É porque a relação enumera livros da crônica em primeira edição e não os melhores cronistas do século XXI Foi uma boa surpresa ver nosso livro Alma mais que tudo ser selecionado nesta classificação. Cometeu a lista pecado de omissão com o cronista Antônio Lopes? Teve esse autor livro de crônica publicado em primeira edição no século XXI? Em caso positivo houve omissão na lista.

          Fui o primeiro a escrever na Bahia sobre o cronista Antônio Lopes. Ele apareceu lá em nosso apartamento com uns textos breves de prosa, esboços de assuntos e esquetes publicados na imprensa local. Pediu-me para ler e, se gostasse, fizesse um texto de apresentação sobre seu primeiro livro de crônicas breves. Gostei e fiz. E lá estão na orelha do livro minhas impressões sobre Buerarema falando para o mundo. De lá para cá, o autor só fez crescer com suas crônicas prazerosas.  

          Foi uma pena o escritor e jornalista Antônio Lopes ter se desligado da Academia de Letras de Itabuna. Faz falta. Agora soube que também se desligou da Academia de Letras de Ilhéus. Quais seriam os motivos que afastaram o cronista das duas entidades Não se sentia útil no ambiente ou vice-versa? Como se trata de ato pessoal, devemos respeitar, não censurar nem patrulhar. Não deve ter sido fácil tomar as duas decisões. Depois que se afastou, vem mantendo uma postura ética louvável, não fala mal das duas instituições e de seus membros, continua amigo de seus antigos confrades e confreiras.

          Lopes andou residindo em Juiz de Fora alguns anos, mas agora retornou ao Sul da Bahia. Mora em Ilhéus. Parece esquecido no ambiente literário local, mas não ficarei surpreso se aparecer a qualquer momento com um bom livro de crônicas ou de ficção para brindar seus leitores com a novidade. Talento tem para isso, nunca precisou do espaço acadêmico para aparecer ou impulsionar sua genuína carreira literária.

          Quanto aos melhores livros da crônica no século XXI, convenhamos que você ter um livro de sua autoria numa relação dessa importância sobre o gênero, elaborada por um veículo cultural de valor indiscutível, como a revista da crônica RUBEM, é um reconhecimento valioso. Ainda mais quando nessa lista figuram livros de Luís Fernando Veríssimo, João Ubaldo Ribeiro, Ferreira Gullar, Affonso Romano SantAnna, Ignácio Loiola Brandão, Rui Castro, Danuza Leão, Rubem Alves, Fabrício Carpinejar, Fernanda Torres, Milton Hatoum, Daniel Munduruku, Luís Ruffato, Domingos Pellegrini, Walcyr Carrasco e tantos cronistas de excelente expressão e qualidade.

          Que sorte! Um cronista do interior baiano no meio de tanta gente boa. Agradeço à Literatura, em primeiro lugar a Deus.

 

Cyro de Mattos é escritor e poeta. Autor de 70 livros pessoais e, entre eles, cinco de crônicas. Também editado no exterior. Advogado e jornalista. Colabora quinzenalmente com a revista da crônica Rubem, há mais de quinze anos editada pelo jornalista e cronista Henrique Fendrich em Brasília, como homenagem a Rubem Braga, o melhor cronista do Brasil. Conquistou o Prêmio Casa das Américas em 2023 com o livro Infância com Bicho e Pesadelo e outras histórias.

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