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quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Poema de Roberto Dinamite

Cyro de Mattos


 

Cruz de malta no coração,

Dinamite certeira nos pés,

O goleiro queria se esconder,

Daquela vez podia morrer.

 

Até as redes tremiam

Com o maior goleador,

Cada chute uma explosão

Que assombrava o torcedor.

 

Artilheiro como Roberto

No vitorioso Vasco da Gama

Outro igual pode até haver,

Outro maior não pode ter.

               

O Vasco, gigante da colina,

Teve o Ademir Queixada,

Quanto mais fazia gol

Mais queria ser goleador.

 

Teve o japonês Vavá,

Bicampeão mundial,

Um artilheiro perfeito,

Fazer gol era seu defeito.

 

Teve o Edmundo Animal,

Que tinha técnica apurada, 

Mas sua fome de artilheiro

Fez do craque um matador. 

 

Somente ele foi inimitável, 

Agora joga com os anjos,

Seu petardo ultrapassa nuvens

Fazendo cair flores do céu. 

 


Cyro de Mattos
é ficcionista e poeta. Também editado no exterior. Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia. Doutor Honoris Causa da UESC.

* * *

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