27 de maio de 2020
Às vezes vemos notícias sobre conversões ao catolicismo de atletas famosos. O que nos surpreende é a seriedade com que os neo convertidos passam a viver a vida religiosa, sendo comum procurarem a forma antiga da liturgia para as suas devoções. John Scott é um desses exemplos. Nascido no Canadá 37 anos atrás, passou sua vida profissional entre seu país e os EUA, onde se formou em engenharia pela Universidade de Michigan. É casado e pai de cinco filhas, incluindo duas gêmeas.
Scott se
tornou conhecido como jogador da Liga Profissional americana de hóquei sobre
gelo, a qual move milhões naquele país. Esse esporte é tão violento ou mais que
o futebol americano. Por isso, com seus quase dois metros de altura ele se
sobrepunha aos adversários. Sua maior notoriedade ocorreu na temporada 2015-16,
quando foi escolhido pelos fãs como capitão da equipe da Divisão do Pacífico da
Conferência Oeste para o All-Star Game.
Universitário, ele conheceu sua futura esposa, Danielle, uma moça católica cuja fé lhe proporcionou uma base estável de vida. Ele estava de algum modo ‘patinando no gelo fino’, pois não tinha uma explicação geral de como o mundo foi montado ou seu significado. Quando pernoitava na casa de sua namorada, dormia no porão, enquanto ela dormia em seu próprio quarto. Iam juntos à missa com os pais dela.
Quando os dois falaram sobre o casamento, Danielle deixou claro que “se eu quisesse me casar, teria de ser na Igreja Católica, e eu teria que concordar em criar nossos filhos como católicos. Depois nos reunimos com um padre e discutimos o compromisso de toda a vida um com o outro, a procriação e instrução das crianças”. Nessa conversa ficou bem claro que o casamento era para toda a vida, que não fariam controle artificial da natalidade, pois a Igreja o proíbe, e deveriam aceitar todos os filhos que Deus mandasse.
Quando o repórter lhe observa que o tamanho de sua família é maior que o da maioria dos americanos, ele afirma: “É estatisticamente incomum, mas o importante não é ser mediano, mas viver como a Igreja nos ensina a viver, estando abertos à vida”. Ele, com efeito, sabe o que quer e quer o que faz: “Com famílias maiores, há amigos incorporados e oportunidades de abnegação e expansão dos horizontes, há sempre algo para aprender”.
Embora
fosse à Missa com a esposa e seus familiares, John não deu logo o passo
decisivo para se tornar católico. Foi só em 2016, quando se aposentou, que ele
fez o curso completo de catequização, sendo batizado na Páscoa de 2017. Cumpre
salientar que, além de profundos, esses cursos de catequizaçãonos EUA são muito
conservadores do que no Brasil. Para ele, os católicos são obrigados a
compartilhar a fé, mas, ao mesmo tempo, permitir que cada pessoa tome a própria
decisão.
Perguntado
sobre as devoções familiares, Scott diz: “Todos nós temos nossas devoções
individuais. Mas juntos rezamos um Rosário diário em família, que é a coisa
mais importante que todos podemos fazer juntos agora”. Em sua casa foram
entronizados o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria,
praticam a devoção recomendada em Fátima da Primeira Sexta-feira e o Primeiro
Sábado do mês, além das orações da manhã, do Ângelus, e ainda, quando
podem, assistem à Missa durante a semana. Essas devoções lhes dão uma sensação
de estrutura e lhes recorda a necessidade de pedir ajuda para superar as
tentações do mundo e fazer a vontade de Deus.
John Scott
fala sobre a necessidade de se praticar abertamente a fé: “Este é o
momento em que precisamos ouvir mais sobre a grandeza do catolicismo, que
oferece uma alternativa ao que ouvimos e vemos tanto hoje. A felicidade do
mundo é muito superficial, mas a felicidade do catolicismo é profunda”. Para
ele, existem muitos caminhos possíveis para partilhar a fé, mas todos eles são
motivados pelo desejo de ajudar as pessoas a encontrar o caminho para o Céu.
Essa é a luta que importa. A Igreja Católica, com suas devoções e seus
sacramentos, torna isso possível.
John Scott escreveu sua autobiografia [capa acima], com o título: A Guy Like Me: Fighting to Make the Cut (em tradução livre: Um homem como eu: lutando para fazer a diferença).
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