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sábado, 21 de dezembro de 2019

HÓSPEDE INDESEJADO - Alberto Saraiva


E eis que, de repente, não mais que de repente, surgiu a notícia que um nauseabundo velhaco está querendo se acostar (é Rui/Ruim, hein?) por aqui.

Exatamente aqui, na mui bela e formosa Cidade da Baía, terra onde sindicalista carioca vira governador, apronta e faz o sucessor; de pés de barro é o ídolo (ou santo de pau oco) que virá nesse andor, o que fiz para merecer isso, Ó Senhor???

          Como os baianos da gema, gostamos de tudo às claras e sabemos que não se faz omelete sem quebrar os ovos (Ôxe! Por que será que esse papo de ovo surgiu?), decidimos nos reunir em audiência pública no Barradão que, como todo mundo sabe, é onde as galinhas fujonas soltam a franga, e continuo chocado (ou chôco?) porque ovo,  galinha e franga são tão recorrentes nesse texto que tem (ou tinha) como tema um galo velho e rouco, que quer morar onde mora a Ivete Sangalo... Ah! Agora entendi!!!

          Certas coisas nos aparecem como se fossem um ovo de Colombo, ora pôs, ops! Pois!!!

          Nos reunimos no Barradão, pelos motivos acima, e mais pelo sugestivo nome que ostenta, já que o que nos move realmente é como barrar a pretensão desse galo de Janja, quer dizer, de granja, de querer fazer daqui o seu poleiro, já que pouso não tem mais, e seu tão anunciado retorno ao terreiro (onde dizia cantar de galo!) não passou de um vôo de galinha, uma coisa de dar pena. Bem maior que a aplicada pelo TRF-4, por sinal.

          Combinamos estratégias que vão de uma grande ovação (De OVO mesmo), desde o momento que ele desembarcar no aeroporto do jatinho do Huck, o BNDES era uma verdadeira galinha dos ovos de ouro, bem o sabemos.

          Nada de Trio Elétrico: vai ser ao som de uma obra de Wagner. Tipo a Arena Fonte Nova, ou a Torre Pituba, ou quem sabe o Estaleiro Paraguaçuives. Baiano não é bobo de dar rima pobre assim de graça, ainda mais quando o rico galego fica fazendo hora com nossa cara com um Rolex de manhã, outro de tarde, outro de noite, como um Ode a Brecht (hoje eu tô culto que só), vai ver em homenagem ao culto à personalidade que todo petista que se presta faz, difícil é achar algum que presta, se faz o favor.

          Fecharemos o acesso à Avenida Paralela, obrigando a comitiva sindicalista-cutista-petista-Wagnista-Ruisista, (tudo a mesma merda) a trafegar pela Avenida Octávio Mangabeira, numa homenagem àquele que disse a sempre atualíssima frase: "Pense num absurdo, na Bahia tem precedente", e por todo o trajeto de 30 km (haja ovo!) até o Campo Grande (onde mora a Ivete, que agora será Congalo) se ouvirá o canto "Lula Ladrão, Seu Lugar é na Prisão". Vai ser lindo!!!

          Daí então, faremos um rodízio permanente na porta do prédio, sempre na companhia do Carro do Ovo (em tempos de carne cara), esse veículo onipresente em todas as ruas do Brasil. 

          Usaremos seu (dele) altofalante para fazer diuturnamente (e à noite também, como diria a Anta) verdadeiros saraus onde serão lidas, página por página, as sentenças de Moro, da Gabriela Hardt (com direito a uma vinheta: "Se falar comigo nesse tom vamos ter problemas!"); as do TRF-4 e, claro, todos os 322 volumes da delação premiada do Palocci.

          Tenho certeza que os moradores do prédio vão achar o maior barato, tanto assim que vão convocar uma AGE para expulsar o hóspede indesejado, que estará transformando a Mansão dos Cardeais, num verdadeiro pau de galinheiro.

          Que vá cacarejar em outro lugar, dirão.

          Alberto Saraiva, que vai logo avisando: texto protegido por Direitos Autorais. Só o compartilhe se for na íntegra, sem edição nem supressão da autoria, sob pena dos amigos e amigas que o estão recebendo em primeira mão hoje, 19 DEZ 19, à 01:00, fazerem de sua vida um inferno. Que nem a de Lula, em Salvador.

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ALBERTO SARAIVA Nascido em 06 de junho de 1953 em VelosaCelorico da BeiraPortugal,] veio para o Brasil com os pais com menos de um ano de idade. Foi criado em Santo Antônio da Platina, interior do Paraná, e com 17 anos foi para a capital paulista com o objetivo de cursar medicina.

Assumiu uma pequena padaria da família no Brás, bairro de São Paulo, quando o seu pai foi assassinado num assalto ao estabelecimento. Entre seus estudos e o trabalho no comércio da família montou em 1988 um restaurante especializado em comida árabe chamado Habib's na Rua Cerro Corá, bairro da Lapa. Este restaurante transformou-se numa rede de lojas próprias e franqueadas, espalhadas pelo Brasil, e António Saraiva é presidente, além do Habib's, da rede Ragazzo, da Arabian Bread (pães), da Ice Lips (sorvetes), da Promilat (laticínios), e da Vox Line (call center).

Obras
Alberto Saraiva, 25 Verbos para construir sua vida. Editora Planeta do Brasil, 2016.
Alberto Saraiva-Os mandamentos da lucratividade. Editora: Campus, 2004

 (Wikipédia)


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