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quinta-feira, 9 de maio de 2019

LUZ NA CONFUSÃO – Antonio Baracho*


Quando estava na UFBA - Universidade Federal da Bahia, fazendo o Curso de Psicologia, tive a oportunidade de ler o livro Memórias, Sonhos, Reflexões, de Carl Gustav Jung, e fiquei impressionado com a sua autobiografia, desde o início até o fim da leitura.

Já em tenra idade Jung teve inclinação pela ciência natural, mas depois voltou-se para as ciências humanas. Dirigiu seus estudos para a medicina, optando, assim, por um ramo especial dela a psiquiatria, como meio de pesquisar o comportamento humano.

As suas lembranças, seus conselhos e orientação para o bom desempenho profissional, nesta área tão difícil do se lidar, apesar do conhecimento que necessariamente todos os psicólogos terão que auferir, através da formação acadêmica, foram para mim bastante esclarecedores e motivo de profunda reflexão.

Quis Jung dizer ao mundo que uma simples formação médica não é suficiente, porquanto o horizonte da alma humana vai muito além do gabinete de consulta. O psicólogo não deve contentar-se por compreender o doente: é necessário que também se compreenda a si mesmo. Por esta razão deve seguir a máxima. "conhece-te a ti mesmo".

Homem de grande sensibilidade, teve uma vida voltada para o conhecimento da psique humana, pois observou o inconsciente coletivo através de motivos repetidos, mitologemas, como o mito do herói e o mito do renascimento, como observamos no mito de Dionísio.

Em sonhos, fantasias, devaneios e até nos surtos psicóticos, estes motivos estão presentes. Quando Freud estudou o caso de Schreber em 1911, agradeceu a Jung por sua contribuição na observação dos mitos. O inconsciente coletivo é comum a todos os homens; é o fundamento daquilo que a antiguidade chamava de "simpatia de todas as coisas".

Um dos discípulos dissidentes de Freud mais famosos, o psicanalista suíço C.G. Jung tem neste século a cada dia mais consolidado o, seu prestígio. Ele discordava do Freud por não ver a libido apenas como restrita à sexualidade, mas a um conceito de energia muito mais amplo.

Fundador da Escola de Psicologia Analítica, C.G. Jung foi quem mais contribuiu para a expansão do sistema psicanalítico. Seus conceitos básicos transcenderam claramente os modelos mecanicistas da psicologia clássica e colocaram a sua ciência, segundo Fritjof Capra, "muito mais perto da estrutura conceitual da física moderna do que qualquer outra escola de psicologia".

No momento em que vivemos num mundo de transição, a leitura do livro do Jung poderá ser útil e adequada para analisar, compreender, pesquisar, no sentido antropológico e cultural a conduta dos povos e os conflitos de gerações.


*Antônio Baracho, Poeta Psicólogo.
Pertence a Academia Grapiúna de Letras- AGRAL e ao Clube do Poeta Sul da Bahia.
Tel. (73) 98801-1224 / 99102-7937

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