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quinta-feira, 23 de maio de 2019

ITABUNA CENTENÁRIA UM SONETO: ESPELHO – Oscar Benício dos Santos


Espelho

“Por qué duplicas, misterioso hermano,
el menor movimento de mi mano?” ...Jorge Luis Borges



Espelho frio, inerte duplicador 
a quem você só procura espelhar, 
deixando-o ver apenas seu exterior, 
onde su’alma se não pode afigurar.


Frigido espelho, falso refletor,
se já tem vidro e aço pra agasalhar, 
já bem no âmago do seu interior, 
por que, também, o psiquê guardar?


Esconde no imo dos seus reflexos 
os mais indecifráveis complexos, 
que se escondem por traz da razão.


Espelho, não duplicas o virtual. 
Prende-se só, à frieza do real 
e esquece q’a vida é duplicação.


Oscar Benicio Dos Santos
1926 - 2019


* * *

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