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sábado, 9 de março de 2019

ITABUNA CENTENÁRIA UM POEMA: Vácuo – Geraldo Maia



VÁCUO
 

O vento parou de repente,

parece uma montanha invisível,

uma casa sem sentido,

e levou a lua para o gelo,

compartilhou segredos com as copas das árvores,

alguém quis chegar na janela

e confessar pecados das sombras,

mas o vento ficou impassível,

precisava se manter assim

até que movesses um riso na tua demora,

apenas caprichos ao vento,

birra de brisa,

exagero de furacão,

o imenso parque de diversões dos tornados,

o sopro na ferida depois do mercúrio,

o zinco afiado das favelas,

a porta impassível do parque onde se reúnem

para os ensaios dos assovios,

e ainda está lá, parado diante da luz azul,

disposto a ficar ali até que resolvas doar

um segundo de tua respiração

para o cochicho das fábricas,

para a ladainha da saudade

que fica ali parada

sem saber direito o que fazer

para escapar do vácuo de tua ausência.

.......... 

Geraldo Maia, poeta
Estudou Jornalismo na instituição de ensino PUC-RIO (incompleto)
Estudou na instituição de ensino ESCOLA DE TEATRO DA UFBA
Coordenou Livro, Leitura e literatura na empresa Fundação Pedro Calmon
Trabalha na empresa Folha Notícias,

Filho de Itabuna/BA/BRASIL, reside em Louveira /SP.

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