29/08/
2018
Adriano Soares da Costa é um grande doutrinador de direito
eleitoral. Olha o que ele escreveu, que resume com exatidão a entrevista de
ontem:
Jair Bolsonaro foi entrevistado no Jornal Nacional por
Bonner e Renata Vasconcelos. Mais uma vez, os entrevistadores se portaram como
escoteiros que acham que o politicamente correto do Leblon vale para o Brasil e
que eles, empregados da Rede Globo - embora contratados como pessoas jurídicas
- seriam representantes do povo brasileiro.
Bolsonaro foi Bolsonaro. Diferentemente de Ciro Gomes,
Bolsonaro se apresentou de cara limpa, sendo quem é, conservando o mesmo
discurso e o defendendo sem meias palavras. Disse que policial que matasse
bandido armado mereceria medalha; falou com firmeza contra a erotização de
crianças nas escolas e contra o kit-gay; expôs a hipocrisia do discurso de
igualdade de gêneros quando disse que os salários dos dois apresentadores do
Jornal Nacional era maior para Bonner (Renata Vasconcelos se perdeu totalmente
nessa hora...); citou textualmente as palavras de Roberto Marinho sobre a
“revolução democrática de 1964 feita pelos militares” (os filhos de Roberto
Marinho não honraram as suas palavras como Bolsonaro o fez); sobre Paulo
Guedes, diante da insistência de Bonner sobre problemas eventuais na relação de
ambos, Bolsonaro alfinetou o entrevistador falando sobre casamento, juramento
de fidelidade eterna e separação, invocando indiretamente no imaginário
feminino a figura de Fátima Bernardes; e fez um encerramento redondo com todos
os valores que defende.
Com mais uma entrevista dessas, Bolsonaro ganha no primeiro
turno, eleito com a ajuda da Rede Globo e de seus editoriais tolos. Como eu
disse ontem, a melhor estratégia era tirar aquele ar de superioridade da dupla
do JN, quebrar a falsa neutralidade, atacar a hipocrisia do discurso
politicamente correto. Bolsonaro fez com sobras o dever de casa: não se combate
criminosos armados com rosas..., não se sai bem de uma sabatina dessas sem
tratar os entrevistadores como adversários que querem sangrar a sua imagem.
Bolsonaro fez isso e saiu muito bem.
É simplista a afirmação que a criminalidade se combate na
bala. Bolsonaro diz algo que a intelectualidade tenta fazer cara de horror, mas
que a indignação das vítimas da violência armada pedem: em épocas brutais,
pulso. Bolsonaro se porta como macho alfa em um cenário político de
invertebrados, de discursos empolados ou de conversa econômica cansativa, de
números estranhos à realidade das dores dos viventes em favelas, subúrbios e
grotas.
Sinceramente, Bolsonaro saiu maior do que entrou no estúdio
do JN. Devorou Bonner e Renata, simplesmente porque os tratou como infantes
engomadinhos. E é o que a maioria pensa e acha. Deu certo!
(Recebi via WhatsApp)
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