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quarta-feira, 13 de junho de 2018

SARUÊ - Oscar Benício dos Santos


Saruê  


Saltando de galho em galho,
oculto no fumacê,
no espesso e cerrado orvalho
escondia-se o sariguê. 

Ouço das folhas o farfalho,
o que me faz logo antever,
ante olhos que arregalo,
catinguento saruê. 

Duas estrelas cadentes
são seus olhos a faiscar,
entre folhagens luzentes,
indulgência a implorar. 

Como pedir clemência
a caçador impiedoso?
Eu respondo à incoerência
com disparo fragoroso... 

Entre olhos faiscantes 
miro e atiro certeiro:
turvam-se os faróis brilhantes...
– Morto, cai do cacaueiro!


Oscar Benício Dos Santos
Fazenda Guanabara


* * *

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