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quinta-feira, 29 de março de 2018

TOLERÂNCIA – José Carlos Oliveira


Uma das mais expressivas virtudes que a Maçonaria impõe a seus membros é a tolerância. Sem ela a grande família maçônica não poderia ser composta de indivíduos de todas as raças, credos e partidos políticos, em harmoniosa convivência, todos se reconhecendo como verdadeiros irmãos, desculpando ofensas; sendo indulgentes; condescendentes; transigentes; admitindo e respeitando opiniões contrárias à sua.

Assim sendo, os maçons vivem em união porque são tolerantes. Aceitam, de bom grado, a hierarquia, a disciplina e a ordem impostas pela Maçonaria, bem como suas leis e regulamentos. A maçonaria, sendo progressista, é tolerante com seus membros e os induz à incessante busca da verdade. Sabemos que, quem se pretende possuir a verdade, normalmente é intolerante em aceitar posicionamentos contrários ao seu. Para a maçonaria somente existe uma verdade absoluta - a existência de Deus - a quem denomina Grande Arquiteto do Universo. Tudo mais é relativo e questionável. Como sabemos, até 30 anos após a descoberta do Brasil, era verdade que a Terra estava absolutamente parada no centro do Universo, e ao seu redor desfilavam todos os corpos celestes. Porém, em 1530, o polonês Nicolau Copérnico, concluiu sua grande obra – “De revolutionibus orbium coelestium” - (Sobre as revoluções das esferas celestes), afirmando que a verdade é que a Terra gira em torno de seu próprio eixo uma vez por dia, e viaja ao redor do Sol uma vez por ano. Desapareceu assim, o antigo sistema geocêntrico, nascendo em seu lugar o atual Sistema Heliocêntrico. .

A enciclopédia Wikipédia assim conceitua tolerância: “do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física. Do ponto de vista da sociedade, a tolerância define a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar, noutra pessoa ou grupo social, uma atitude diferente das que são a norma no seu próprio grupo”.

O psicanalista e Prof. da USP Dr. Raimundo de Lima, em artigo publicado na Revista Espaço Acadêmico, Ano III, nº 26 – Julho de 2003, reporta-se à tolerância como “uma das tantas virtudes, necessárias para elevar o ser humano à condição de civilidade. Ela faz parte do processo de desenvolvimento ético de indivíduos e grupos, cuja meta é levá-los a manter a disposição firme e constante para praticar o bem. Se a tolerância pudesse existir sem limites, se fosse uma virtude universal, onde todos fossem plenamente respeitados e respeitadores das diferenças humanas, provavelmente o mundo seria melhor de se viver.”

Isto se enquadra, perfeitamente, no propósito da Maçonaria, contido em sua definição, lida em todas as suas sessões, que assim começa:  “é uma instituição que tem por fim tornar feliz a humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade, pelo respeito à autoridade e à crença de cada um”.
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José Carlos Oliveira - Advogado, versado em Direito do Trabalho, diplomado pela UFBA em 1973; Auditor Fiscal do Trabalho durante 18 anos, aposentado em 1984; rotariano – EGD; maçom grau 33; Inspetor Litúrgico da 3ª Região Litúrgica da Bahia; Presidente do Conselho Consultivo da FUNDESB. Membro efetivo da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL


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