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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

RSIC/ ICAL 8 ANOS - Retrospectiva II

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Foto criada há 2 anos
"ITABUNA: Fragmentos de Memória em Cem anos de História"

Texto de abertura do Calendário produzido pela Comissão da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) para as Comemorações do Centenário de Itabuna.

Selecionar é escolher. 
Os critérios para realizar a seleção podem ser definidos de distintas formas de acordo com os princípios de cada um e com as distintas situações que vivenciamos. Há certas ocasiões em que selecionar é tão vital para prosseguir que enquanto não realizamos essa tarefa ficamos dando voltas sem sair do lugar. Selecionar o que seria tão significativo lembrar sobre uma cidade numa época em que a esperança de vida aumenta ao mesmo tempo em que tudo muda vertiginosamente, foi um desafio assustador. A seleção mostrou-se tão difícil porque nos colocou diante de decisões sérias que por muito tempo foram adiadas. O diálogo tornou-se profundo, inquietante, revolucionário e nos colocou frente a frente com a responsabilidade de agir.
O que não poderia ser esquecido no momento de comemorar o centenário de Itabuna? 
Nesses tempos de crises de valores e de referências, as comemorações tendem a demonstrar que o acontecimento “rememorado, em razão do seu valor simbólico, visa, sobretudo, ao devir. Em busca de um consenso o poder político investe nas lembranças das grandes datas,  de maneira a encontrar no passado uma legitimidade histórica que permita consolidar a memória coletiva. Por trás de todas as comemorações encontra-se, portanto, a questão do tempo que se manifesta na sua relação com o passado da História e o presente da memória.
Nesse calendário produzido no boja das atividades desenvolvidas pela Comissão da Universidade Estadual de Santa Cruz para as Comemorações do centenário da cidade de Itabuna se tentou encontrar um consenso entre a memória individual, aquela que cada um lembra um jeito diverso, segundo o que lhe interessa e o que amealhou durante a sua experiência de vida, e a memória coletiva, que é aquela formada pelos fatos e aspectos julgados relevantes e que são guardados como memória oficial da sociedade mais ampla. Perseguimos então a memória compartilhada pesquisando entre os itabunenses, nativos ou moradores, e de diversos seguimentos sociais, marcos da trajetória e história da centenária cidade.
A seleção foi realizada. Demoramos no processo seletivo por receio de omitir, de exceder, mas a fala balizada dos nossos depoentes nos encorajou a apresentar as imagens-fato, doze momentos da trajetória da cidade que estão na memória dos itabunenses para que possamos comemorar, e então, reviver de forma coletiva a memória dos acontecimentos considerados como fatos sinalizadores, a sacralização dos grandes valores e ideais de uma comunidade. Enfim nesse fenômeno das comemorações, a história se conjuga a memória, procurando na distância do acontecimento passado uma aproximação com o presente histórico.

                       (Postado na RSIC/ICAL no início do ano 2010)

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