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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

PRESENÇA DE FEIRA DE SANTANA – José Dantas de Andrade

           
Quando as terras do Sul do Estado da Bahia começaram a criar fama, atraindo sergipanos, sírio-libaneses, sertanejos e gente de todos os pontos do Estado e do país, o arraial de Tabocas foi um dos mais preferidos por esses imigrantes.

            Uns chegavam, já com um bom recurso financeiro para iniciar qualquer negócio, outros apenas com a roupa do corpo, a coragem e a disposição para o trabalho, todos animados pela esperança de um futuro promissor.

            Foi naquela época que também aqui chegaram os primeiros feirenses, quase todos com recursos financeiros ou portadores de uma profissão qualquer, principalmente ourives e relojoeiros. Muitos foram os que aqui estiveram estabelecidos  ou ambulantes com negócios de joias fabricadas na própria Feira de Santana pelo competente artista Marionózio de Melo, um dos melhores do país.

            Enquanto os sergipanos internavam-se pelas matas dedicando-se ao serviço da lavoura, os sírio-libaneses dominavam o comércio de tecidos, miudezas, etc., os feirenses  eram os senhores absolutos no mercado das joias, dos brincos, das argolas e dos anéis.

            Não foram poucos os que, confiados no futuro da zona,  se desfizeram de suas propriedades lá em Feira de Santana e se estabeleceram definitivamente em Itabuna, e tornaram –se  grandes negociantes ou abastados fazendeiros.

            Em 1908, quando Itabuna nos seus primeiros dias de liberdade, iniciava a marcha para o progresso, tratando de sua organização administrativa, dois ilustres cidadãos de Feira de Santana tomaram parte nesta grande arrancada, integrando o seu primeiro Conselho Municipal. Foram eles os Srs. Firmino Ribeiro de Oliveira e Antonio Gonçalves Brandão, o primeiro, presidente do Conselho, esteve à frente da Administração Municipal,  como substituto eventual do Intendente Olinto Leone e o segundo foi seu Intendente efetivo no período de 1912 a 1915.

            Também outros feirenses ocuparam cargos na administração municipal e nos serviços da justiça como:  Salvador Ayres de Almeida, Amâncio Oliveira, Ambrósio Rubens, José  Samuel da Costa, Joaquim Brandão, Álvaro do Patrocínio, Pedro Virgínio de Santana e outros.

            Ainda é digna de registro a colaboração dos feirenses no setor da música, pois grande parte dos componentes da filarmônica local, Lira de Minerva, era de Feira de Santana, inclusive os maestros Argeu Oliveira, Afonso Nolasco e Ambrósio Rubens.
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            Este registro é uma homenagem aos bravos filhos da “Princesa do Sertão”, que juntamente com os sergipanos e sírio-libaneses deram uma boa parcela de contribuição para o desenvolvimento de Itabuna, contribuição esta que vem sendo continuada através dos seus descendentes, hoje itabunenses ilustres: médicos, dentistas, advogados, funcionários públicos, serventuários da justiça, professores, operários, negociantes, fazendeiros, pecuaristas, etc. São os descendentes de: Joaquim Gonçalves Brandão, Francisco da Silva Rocha, Francisco da Silva Ribeiro, Aristóteles Pereira Suzart, Agda Borges Braitt, Antídio Borges, Crescenciano Brandão, Adalberto Brandão, Antonio Gonçalves Setenta, Salvador Brandão, Amâncio Oliveira, Everaldino Assis, David Almeida, José Alves Franco, Elísio Oliveira e outros.


Extraído do livro DOCUMENTÁRIO HISTÓRICO ILUSTRADO DE ITABUNA  de José Dantas de Andrade 1ª Edição - 1968

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2 comentários:

  1. OBRIGADO IRMÃ EGLÊ , não conhecia este trabalho, vou me aprofundar nele, A LIGAÇÃO ITABUNA - FEIRA DE SANTANA. A PRINCESA DO SERTÃO E O INFANTE GRAPIUNA - O TROPEIRO E O LAVRADOR - ABASTECIMENTO E PRODUÇÃO = FORNECIMENTO E COMERCIALIZAÇÃO. DÁ PRA ESTABELECER DIVERSAS RELAÇÕES CULTURAIS

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    1. VAMOS TRABALHAR NESTA CONEXÃO INTERTERRITORIAL, INTER SETORIAL DE MODO INTEGRATIVO E COMPLEMENTAR

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