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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

ITABUNA CENTENÁRIA: UM SONETO - Reflexões – Ariston Caldas

REFLEXÕES


Eu quisera ser poeta de verdade,
minha musa é somente fantasia,
se fico triste invento uma saudade
de coisa que por mim passara um dia.

Falo de estrelas às vezes sem vontade,
comparando-as aos olhos de Maria,
procuro rimas, perco a liberdade
e não encontro a estrada que eu queria.

Contenta-me, porém, a natureza,
olhando um rio, um pássaro, a beleza
de nuvens róseas pelos horizontes.

As palavras me fogem como vento,
mas ganho a tela azul do firmamento
e as flores como festa pelos montes.

(OBRA REUNIDA)
Ariston Caldas
.......

"Recebi o Livro Obra Reunida, de Ariston Caldas, através do seu sobrinho Fernando Caldas. Li os seus versos do primeiro ao último. Honram a poesia baiana, a FICC, aliás, não lhe fez senão justiça e não precisaria fazer, porque as antenas da minha emotividade seriam suficientes para me por em contato com a realidade de sua arte mágica. 

Poesia bonita, leve, agradável. 

Privei da amizade do saudoso poeta. Conversávamos muito sobre todos os assuntos. Às vezes, quando eu passava defronte à sua residência encontrava-o na janela, como se já estivesse me esperando. 

Humanista e preocupado com o social, Ariston usava a sua intuição anímica para fazer versos num estilo primoroso e brilhante que os grandes artistas da palavra conseguem criar, nessa expressão peculiar do seu espírito, onde as coisas têm aspecto diverso, que não se assemelha ao da vida corrente.

Ninguém mais do que Ariston Caldas merece um lugar de destaque na história poética da região cacaueira. Fiel ao seu ideal jamais renegado.

Foi assim, durante toda a sua existência."
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(Artigo publicado no Jornal AGORA)


Antônio José de Souza Baracho, membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL, ocupante da cadeira nº 11, Patronesse Amélia Tavares Amado.

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