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quinta-feira, 15 de junho de 2017

PROSA CORRIQUEIRA, por Ellen Pederçane


Foto: da autora

Sem firulas, assumamos, a gente sofre mesmo por amor. Tanto quando ele vai, quanto quando ele demora em demasia para chegar. Demora essa que seja de 10 horas ou 5 anos, parece eterna. E quem é que quer esperar? Quem gosta? Não importa. Esperar é parte da existência e ninguém está sozinho nessa doce loucura de ansiar um amor.


Ei você, olha aqui. Sua espera não é só. Tem uma galera no mesmo barco que você. Não é fácil mesmo essa coisa de esperar um amor. Veja só quantas pessoas estão por aí caminhando e querendo tropeçar nele? Ah, um amor dos grandes, viu? Eu sei, bem lá no fundo todo mundo sonha com isso. Conheço essa ansiedade que não deixe seu coração sossegar. Aquelas noites mal dormidas chorando amores que pareciam tanto ser aquele que você sonhou. É uma tarefa árdua seguir acreditando. Coração tantas vezes iludido, mas pensemos desta forma: é melhor acreditar e dar chance as oportunidades do que vê-las passando e nada fazer.

Alguns dias são pesados, eu sei. Bate aquela carência e você começa a inventar qualidades para aquele ser que não teve a decência de olhar você com verdade, com vontade de se deixar ver o mundo dentro dos seus olhos. Não fique aí pensado que você é exigente demais só porque querer alguém que queira mergulhar fundo como você. Alguém que queira estar (presente) contigo. Tem gente se contenta com o raso e você não precisa fingir ser essa pessoa para passar menos tempo só. Tenha calma. Erre. Se perdoe. Viva. Sonhe. Faça. Voe. Se jogue. Tudo isso faz parte, vá com calma! Essa pressa toda foi algo que colocaram na sua cabeça.

É... dá um vazio. Às vezes. A casa vazia, a cama vazia e você não sabe quando vai chegar esse alguém que é tão esperado. O coração fica fragilizado, alguns dias o amor que você carrega no peito vira lágrima. Tudo bem esses dias também passam. Ok, isso não diminui essa agonia que é ter que passar por cada um deles. Não há muito o que se fazer, é um dia de cada vez, não é mesmo?

Tem aquele dia que você corre para sua melhor amiga e queria só um “bora ali se afogar as mágoas”, mas ela vem como um sermão que você não quer ouvir. Não que você não precise ouvir, mas naquele momento é verdade demais, você queria esquecer por um breve espaço de tempo o que seu coração anseia. E também aquele outro dia em que amigo que te ajudou tanto a amar a vida de solteiro, de repente, se apaixona e você volta a sentir aquela pontinha de vazio que estava adormecido em algum lugar do seu novo mundo. É aquela hora de encarar e conviver com essa realidade que está dentro de você. Lembre-se: é um estado de espírito, não te faz um solitário.

Pode não ser agradável ouvir, mas aquele papo de amor-próprio funciona muito mais do que a gente imagina. Já começa diminuindo aquele vazio que teima a aparecer vez outra. Fora que você está esperando aquela pessoa animada, cheia de vida, logo você quer ser o tipo de pessoas que gostaria de atrair, correto? E a melancolia a gente vive no silêncio, quem queremos que esteja a nossa espera também gosta de um sorriso no rosto. Um sorriso é um belo convite pra vida. O amor-próprio é algo tão bom, sabe-se lá o que nos acontece para protelar tanto ele. É o melhor que você fará por você. Sabe essa gente sem noção que você pede aos céus todo dia para não cair mais nas garras? Acredite, elas não vão mais mexer tanto com você.

Vai olhar no mundo, vivendo cada pôr-do-sol, dançando na pista da vida(como canta Tó Brandileone) e sorrindo para todas as oportunidades que surgirem pelo caminho. Ama teu sorriso e lembre-se que você é a pessoa mais linda do seu mundo. A espera ficará mais leve, prometo! Os dias nublados virão, mas o céu azul e pleno fará toda diferença. Ele está lá mesmo quando você só enxerga as nuvens. O barco tá cheio mesmo. Nessa espera ninguém fica só. Há um mar de gente compartilhando dessa sua inquietação. Seque as lágrimas, transborda o coração no rosto e vá ser feliz. O caminho é só esse. O caminho é todo seu.


ELLEN PEDERÇANE



Fotógrafa que largou o escritório(e a Arquivologia) para se encontrar. Amo o amor e tudo que ele me traz. Tenho um coração meio nômade, com espaço pro mundo inteiro. Sonho despretensiosamente que minha brincadeira com as letras alcance corações por aí. Respiro para não pirar, medito para melhor sorrir. . .



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