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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

CORPO DO JORNALISTA VILLAS-BÔAS CÔRREA SERÁ CREMADO, NESTE SÁBADO, NO RIO

Villas-Bôas Corrêa é o mais antigo jornalista político do país e morreu na noite desta quinta-feira (15) por falência múltipla de órgãos.

Por G1 Rio
16/12/2016

O corpo do jornalista Luiz Antônio Villas Bôas Corrêa, de 93 anos, vai ser velado neste sábado (17), no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio. O velório começa às 10h e o corpo do jornalista vai ser cremado às 13 horas.
Villas-Bôas Corrêa é o mais antigo jornalista político do país e morreu na noite desta quinta-feira (15) por falência múltipla de órgãos. Ele estava internado havia uma semana no hospital São Lucas, em Copacabana, no Rio, com problemas respiratórios. As informações foram confirmadas por uma amiga da família.

Villas- Bôas tinha 93 anos, era viúvo e deixa dois filhos, três netos e três bisnetos. Ele será cremado, mas ainda não há informações sobre o dia.

Villas-Bôas Corrêa nasceu em 2 de dezembro de 1923, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Sua trajetória começou em 1948, no extinto jornal A Notícia, escrevendo pequenas notas. Ao lado do fotógrafo José Rodrigues, naquela época, Villas-Bôas cobria diversas pautas por dia, inclusive policiais. Villas-Bôas também trabalhou no Diário de Notícias, jornal O Dia, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo – onde passou 23 anos na sucursal do Rio de Janeiro –, Rádio Nacional. Villas-Bôas trabalhou boa parte de sua vida no Jornal do Brasil, foram 30 anos dedicados ao jornal. A última coluna dele no Jornal Brasil foi em agosto de 2011, a Coisas de Política.

O jornalista também foi comentarista político da TV Bandeirantes e da extinta TV Manchete. Um comentarista de estilo elegante, sofisticado e profundo. Ao longo de todos estes anos, ele acompanhou de perto os principais fatos políticos do país, como a transferência da capital para Brasília, o golpe de 1964, a ditadura militar, a anistia, as Diretas Já. Um analista privilegiado de momentos marcantes da história do país.

Aos 85 anos, o analista político se autodefiniu como o “último sobrevivente da geração que cunhou o modelo de reportagem política que ainda hoje se pratica”.

O jornalista tem dois livros de memórias publicados: "Casos da fazenda do Retiro (2001)" e "Conversa com a Memória: a História de meio século de jornalismo público (2002)", a autobiografia de um repórter político.

Villas-Bôas Corrêa entrou na Faculdade Nacional de Direito em 1943, onde presidiu o centro acadêmico. Foi na faculdade que desenvolveu seu perfil de analista político, o mais antigo do país. Se formou em 1947, quando já era funcionário público do Serviço de Alimentação da Previdência Social (Saps).

"Meu segundo filho nasceu de cesariana e eu não tinha como pagar os 13 contos de réis das despesas com o hospital. Na verdade, só tinha 5 ou 6 contos de réis para o parto normal. Com o salário de funcionário público, jamais conseguiria saldar a dívida. Então, tive a ideia de tentar um emprego na imprensa junto ao meu sogro, o jornalista Bittencourt de Sá, na época aposentado. Ele me orientou a procurar o colega Silva Ramos, homem forte do jornal A Notícia, de propriedade de Cândido de Campos", contou Villas-Bôas Corrêa em entrevista à Associação Brasileira de Imprensa.


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