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segunda-feira, 3 de abril de 2017

DIREITO E ÉTICA UMA DELICADA EQUAÇÃO – Agenilda Palmeira

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Direito e Ética, uma delicada equação


          Com o atual cenário político-social que vivemos percebe-se que o estudo e aplicação de normas éticas se fazem cada vez mais frequentes e necessárias no desenvolvimento do país. Assim como o lápis e sua natureza escrever, a única obrigação do homem é ser virtuoso, então para construir uma sociedade sadia ele depende das relações com os seus semelhantes e por isso deve valorizá-las e deve agir de modo preservá-las. Portanto conclui-se que é obrigação moral de cada indivíduo, como unidade formadora de um todo, ter atitudes civilizadas e corretas.

          Para que possamos sustentar, portanto, essa inerente coletividade de forma civilizada é necessário que sigamos uma série de normas a que chamamos de ética. Esta se refere, em grego, à busca de uma boa maneira de ser, ou à sabedoria da ação. Romper com ela significa cometer atos de incivilidade ou até infrações à lei.

          Há uma certa confusão entre “eu quero”, “eu posso”, “eu devo”, “eu tenho direito”. Querer, para começar, não é poder, o que traz limitações impositivas. Em algum momento da vida. Isso ocorre quando a autoridade externa e a existência de outros se fazem presentes. Posso querer não só o que é de meu direito como também não é. Infere, portanto que, nem sempre tenho que querer tudo que tenho direito.

          Penso logo existo. Se existo onde está o equilíbrio? Quando ocupo assento reservado a portadores de necessidades especiais, a grávidas e idosos, estou usando uma ferramenta que a sociedade criou com o objetivo de beneficiar pessoas em situação de fragilidade para o meu próprio e exclusivo benefício. Em poucas palavras, estamos, individualmente, aproveitando-nos de um recurso em detrimento do comunitário, desrespeitando, assim, o nosso semelhante. Isso é antiético. Porque a ética é um princípio do estar-junto relação com “o que se passa” a ética nas relações sociais.

          É fácil condenar os outros, indignar- se, quando eles cometem infrações. Difícil reconhecer nossos próprios “pequenos delitos” no dia a dia, o que dizer? E agora José? A festa acabou... aqueles para os quais sempre temos uma justificativa na ponta da língua e dos quais temos pouca consciência. Assim, por exemplo, pode uma placa de trânsito dizer que a velocidade é de 100 km/h e o motorista estar com 120 km/h? Portanto uma infração deve ser punida. Mas agora: Pensemos juntos. Notamos um desligamento da noção de direito da ideia de luta. Fica a impressão de que, se eu tenho direito, alguma entidade deve me garantir o acesso a ele.

          Enquanto criança, a família necessita cumprir a promessa de direito à proteção e à educação, para permitir ao futuro adulto, que ele viva por sua conta e risco. Mesmo os pais esforçando- se, nada garante que todos os filhos usufruirão igualmente do que lhe foi ofertado, lembrando-se a própria natureza determina uma certa desigualdade até diante de direitos.

          E isso o que reflito, parece haver uma incompreensão frente à noção de direito provocando um mal-estar. Tenho o direito de chegar atrasada e de faltar a compromissos, mas os outros não têm dever de apreciar e apoiar o que faço. Ter direito não é nenhuma via real para o exercício da justiça. Atente bem: pode uma pessoa matar outra por motivo fútil e ser condenada com uma pena irrisória? Uma placa de trânsito dizer que a velocidade permitida é de 80 km/h. Pena que o congestionamento não me deixa andar... A lei faculta, os estatutos preveem, mas a realidade nem sempre ajuda. E não adianta reclamar. Então: direito e ética o quê é e o como fazer? Educação e o voto esta é a solução...


Agenilda Palmeira, professora 
Membro da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL)

E-Mail: nildinh@hotmail.com

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